Rodrigo Maia eleito pela terceira vez presidente da Câmara dos Deputados brasileira
Os deputados eleitos no sufrágio de outubro tomaram posse na sexta-feira e escolheram o novo responsável pela Câmara, tendo ficado em segundo lugar o deputado Fábio Ramalho, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) com 66 votos, e, em terceiro, com 50 votos, o deputado Marcelo Freixo do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Maia, que enfrentará um mandato de dois anos, já se declarou favorável à agenda económica do novo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Para que Bolsonaro consiga ver adotadas medidas económicas significativas, como a reforma da previdência, a proposta terá de ser aprovada na Câmara antes de seguir para o Senado.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, para se conseguir eleger pela terceira vez consecutiva, facto inédito na Câmara, Rodrigo Maia contou com o apoio de partidos de todo o espetro político.
Rodrigo Maia é deputado federal pelo Rio de Janeiro desde 1998 e foi eleito em outubro para a sua sexta legislatura.
No seu primeiro discurso após ser reeleito, o presidente da Câmara dos Deputados frisou a necessidade de "modernização" e "simplificação" das leis.
"Precisamos de modernizar as leis, simplificá-las. Necessitamos de comandar as reformas de forma pactuada, junto com todos os governadores, presidentes e partidos políticos. Nada vai avançar se não trouxermos para o debate aqueles que estão a sofrer pela inviabilização do Estado", declarou Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em entrevista ao canal Globo, Maia apelou ao diálogo: "Nós temos de ter todos aqui, de todas as correntes partidárias, desde o Partido dos Trabalhadores ao Partido Progressista, ao Partido Social Liberal, para que esse pacto sirva não apenas para a união [Governo Federal], mas também para estados e municípios", afirmou.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, parabenizou, através da rede social Twitter, a reeleição de Rodrigo Maia como presidente da Câmara dos Deputados.
"Os deputados eleitos escolheram hoje o novo presidente da Câmara Federal. Desejo-lhe sucesso e sabedoria, para que a população brasileira seja a voz soberana e que seus anseios prevaleçam dentro do parlamento, em prol do nosso Brasil e de nossa democracia", disse Bolsonaro.
Na sexta-feira, também o Senado brasileiro tentou eleger um presidente, mas a sessão, que durou mais de cinco horas, acabou por ser adiada para hoje, após várias divergências ao longo de toda a condução dos trabalhos.
Um dos pontos de divergência foi o formato da votação, na qual um grupo defendeu que esta fosse aberta, enquanto outra pediu sufrágio secreto.
O ex-Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso usou o Twitter para criticar os desentendimentos no Senado, classificando-os de "tristes".
"Triste eleição no Senado. Não há esquerda e direita, nem Governo e oposição. Ou se reorganizam forças políticas ou como podem votar reformas? O povo desilude-se, paga o custo da desordem e abrem-se portas para aventuras. Livremo-nos delas", escreveu o ex-chefe de Estado.