Rodrigo Leão: "Tínhamos duas guitarras e uns baldes de skip para fazer ritmos. Inventávamos"
Com esta dupla, Rodrigo Costa Leão Muñoz Miguez, nascido em 1964, está a festejar connosco os 25 anos de carreira a solo, a que podemos somar mais onze com a Sétima Legião e o Madredeus.
E para trás há mais os anos em que ensaiava em casa com os amigos, duas guitarras e uns baldes de skip. Três vozes juntam-se agora à festa: Ana Vieira, Selma Uamusse e Camané, a recriar as canções de Rodrigo Leão em português. Do que é que gosta este homem que tão tímido pareceu em tempos? De concertos, de palco, de tocar com os amigos.
São 25 anos de carreira a solo, mais tudo o que está para trás, um novo disco e muitos concertos. Isto não para?
É verdade. Estou contente porque tenho tido sorte e muito trabalho, e principalmente tenho tido colaborações muito diferentes, desde cantores argentinos ligados ao tango [Daniel Melingo] até cantores da música pop britânica que sempre amei muito.
Como a Beth Gibbons?
E o Neil Hannon. Isso marca estes 25 anos, esta possibilidade de trabalhar com muita gente e ter nas músicas que componho influências muito diferentes, desde a clássica que ouvia em casa dos meus pais até à francesa ou à popular brasileira. Isto não seria possível se estivesse num grupo com os mesmos músicos e com uma voz.
O Retrato Social é mesmo inspirado nos portugueses?
A grande inspiração foi logo a empatia com o António Barreto e a realizadora Joana Pontes. Tivemos uma série de encontros e percebemos que estávamos no caminho certo, com as ideias que eu ia enviando. Recebia imagens fantásticas, não só antigas de arquivo mas também outras feitas pela Joana. Essas imagens foram a primeira fonte de inspiração para a banda sonora. Depois o processo é semelhante aos outros, como se estivesse a compor música para um disco, porque esquecemos a imagem e estamos a trabalhar no arranjo da música, nos instrumentos que queremos usar, de uma forma intuitiva.
Não tem letras, é só instrumental. Isso dá-lhe maior liberdade?
Talvez. Tive uma grande liberdade. Quando trabalhamos com realizadores, em documentários ou em cinema, por vezes não é fácil o relacionamento e eles procuram algo que não consigo encontrar à primeira. Algumas ideias que apresentei ficaram de fora mas foi um processo natural e acabou por correr bem.
E é um bónus para quem comprar agora Os Portugueses, porque esta música recorda-nos uma série que foi marcante.
Não fazia muito sentido fazer só a reedição de um trabalho que foi editado há dez anos. No âmbito dos 25 anos do meu primeiro trabalho, Ave Mundi Luminar [1993], pensámos numa série de iniciativas ao longo do ano, e uma delas foi esta: ter um cd extra, com canções em português. Quando saiu o documentário, fizemos uma tournée em Portugal com dez ou 15 concertos e o título Os Portugueses acabou por ficar. Regravámos quase todos os temas que fiz até hoje em português e juntámos dois de Madredeus, O Pastor e A Guitarra, e um tema da Sétima Legião, Mil maneiras de Amar.
Esse é realmente o novo álbum Os Portugueses, que se tornou afinal o álbum chave desta edição com as vozes de Ana Vieira, o Camané e a Selma Uamusse.
São as três vozes que trabalharam mais comigo de há quatro ou cinco anos para cá. A Ana Vieira trabalhou durante muitos anos, desde o Cinema [2004]. Com o Camané trabalhei pela primeira vez há quatro anos. Aliás, um dos temas deste disco chama-se Restos da Vida foi feito a pensar na voz do Camané, que canta Rosa [de Rodrigo Leão e Ryuichi Sakamoto, 2004], cantado originalmente pela Rosa Passos.
Chama-se Rosa e foi cantado pela Rosa Passos mas não era por causa dela?
Não, era por causa da minha filha, era uma música dedicada à Rosa que nasceu precisamente nesse ano.
Cantada pelo Camané tem uma doçura particular, não acha?
Há pessoas que preferem a versão original e outras que gostam muito desta versão. Penso que são muito diferentes.
Como é que a mesma música, cantada no mesmo ritmo, fica tão diferente?
Há na interpretação maneiras de cantar que acabam por dar uma cadência, até um ritmo diferente, numa frase musical, que pode ser quase...
...impercetível?
Quase impercetível mas acontece.
Tem trabalhado sempre com grandes vozes. Tem de adaptar-se a cada voz?
Claro. Para mim este é o trabalho que tem o melhor som de todos os discos que fiz, porque trabalhámos com o engenheiro alemão Tobias Lehmann, que veio a Lisboa para captar todos estes instrumentos, e com o João Eleutério, que produziu o disco comigo. Depois fomos ao estúdio do Tobias em Berlim misturar. Quando estamos a gravar uma voz ou um instrumento, vamos sempre dando o nosso feedback, tentando transmitir o que pretendemos. É um processo muito particular, na medida em que estamos fechados num estúdio as horas que forem precisas para atingirmos o objetivo que temos. Foi muito bom trabalhar com estes cantores.
Há momentos em que se sente arrepiado?
Sim, é evidente. Principalmente nos concertos. Há concertos que me emocionam particularmente, não sei explicar porquê. Pelo dia, pelo público, pelo som, pelos músicos. Há outros que me emocionam menos, mas faz parte de todo o processo.
Estava a falar do lado técnico da gravação em estúdio. Aí estará atento ao que vai ficar gravado. Imagino que fazem várias gravações.
Depois tem de se escolher as melhores partes. Mas isso é mais para as pessoas que trabalham comigo em estúdio. Eu estou sempre completamente na lua.
Era isso que eu queria saber, se tinha um ouvido mais técnico ou se continua na lua?
Tenho a sorte de trabalhar com pessoas muito rigorosas, como o João Eleutério, o Pedro Oliveira, porque em grande parte dos casos, para mim "está bom, está bom, vamos já seguir para a frente". E não está perfeito. Isso é um defeito, claro.
Ou não.
Ou não. Há primeiros takes que têm pequenas desafinações e estão melhores do que outros muito perfeitinhos.
Escolhe-se o perfeitinho ou o que tem uma pequena desafinação?
Em muitos casos, escolhe-se aquele que está mais sentido, por vezes não é o que está mais afinado.
Porque não pode ser uma coisa absolutamente limpa, tem de haver pessoas dentro?
Claro, se não seriam máquinas.
Este é um ano cheio de concertos. Começou em março e tem uma agenda que inclui já na quinta-feira uma apresentação na Fnac do Chiado, e depois vai por ali fora, mas não só em Portugal. Oviedo no dia 12, Granada a 3 de agosto.
Temos uma série de concertos em Espanha - Granada, Madrid Barcelona - depois vamos a Viena, a Paris.
São concertos diferentes?
Isso é que é muito problemático.
Porquê?
Porque são formações diferentes, temos de fazer muitos ensaios, e a certa altura já não sei: quais são os músicos do concerto que vamos fazer no sábado? É uma grande confusão. Depois habituamo-nos. Fazemos um primeiro concerto e o segundo já é diferente porque tirei dois ou três temas que não encaixaram muito bem, e pomos outros. Foi um desafio para este ano. Um dos concertos é deste disco que acabou de sair - Os Portugueses. Outro é O Aniversário, a partir de uma coletânea de há três meses, com uma formação maior - dez músicos e três cantoras, com bateria, baixo, e que fazemos em festivais de verão, sítios maiores. E depois há outro concerto que se chama O Ensaio, com uma formação mais reduzida, praticamente instrumental, onde tocamos pela primeira vez temas que estou a compor há cinco ou seis meses para um novo trabalho que sairá para o ano que vem.
Não é uma chatice, passe a palavra, fazer sucessivamente o mesmo concerto em vários sítios, sempre a mesma coisa que já sabe como começa e acaba?
O mesmo concerto tem variações de sala para sala, os arranjos vão mudando, não é uma tão grande chatice como isso. Mas é evidente que podermos tocar repertórios diferentes, com músicos diferentes, é fantástico. Há temas em comum nestes três projetos, com arranjos diferentes.
Como se organiza mentalmente?
Estou a lembrar-me de um tema, por exemplo, A comédia de Deus, um tema instrumental em que somos dez ou sete, e n" Os Portugueses somos quatro ou cinco. É o mesmo tema mas com um arranjo diferente, sem bateria, sem baixo.
Essa capacidade de adaptação está na sua cabeça, ao longo da sua vida tem acontecido?
A verdade é que isto tem acontecido, tem havido variações de concertos. Mas neste ano são em maior número, são mais concertos e estão mais diferenciados.
Olhando para trás, para estes anos todos, sente que continua a compor com frescura?
Frescura não sei. Tenho um grande entusiasmo em tentar compor, penso que o mesmo que tinha há 36 anos quando a Sétima Legião começou. Mas há períodos difíceis em que procuramos momentos de inspiração e vou tentando gravar ideias. Há alturas em que parece tudo igual ao que já fiz, mas depois vem uma luz. Tenho entre 30 a 40 ideias, umas mais trabalhadas outras menos, para um disco novo e estou ainda sem perceber qual vai ser a direção que vou tomar. É bom sentir que continuo a trabalhar, a tocar, que isto passou tudo num ápice. Depois olho para estes 25 anos e fiz mais coisas do que alguma vez imaginava que iria fazer.
O que imaginava? Como entrou para a música? A Sétima Legião é de 1982.
Nós já tocávamos desde 1978 ou 1979, com 14 ou 15 anos.
Os mesmos?
O Pedro Oliveira [voz e guitarra], o Nuno Cruz [bateria], eu [baixo], o primeiro núcleo da Sétima Legião.
Tocavam onde?
Tocávamos em minha casa, eu levava aquilo muito a sério. Telefonava-lhes: amanhã às cinco, das cinco às sete. Púnhamos um gravador a gravar, tínhamos duas guitarras, uns baldes de skip para fazer ritmos. Inventávamos. Grande parte dos nossos amigos que se interessavam por música queriam aprender a tocar as músicas dos Beatles, dos Pink Floyd. Nós não tocávamos bem mas queríamos fazer as nossas ideias. É evidente que eu não imaginava... ainda frequentei o segundo ano do curso de Direito. Desisti porque não me identificava minimamente com o curso, numa altura em que já tinha começado o projeto do Pedro Ayres Magalhães, os Madredeus, numa altura em que a Sétima Legião fazia 50 ou 60 concertos por ano, a percorrer o país todo. Tivemos sempre a ideia de que era uma época que acabava e depois íamos estudar Direito e largávamos isto.
Para ter uma vida séria?
Exato. Mas isso acabou por não acontecer. Felizmente, porque tenho sido muito feliz com este percurso.
Já no tempo da Sétima Legião começou o Madredeus, houve ali coincidência, e depois nova coincidência com o projeto a solo. Teve sempre vários registos em simultâneo.
Há pontos em comum e há essa vontade de não estar preso sempre à mesma fórmula. Estou a lembrar-me de um projeto que gostei muito de fazer com o Gabriel Gomes - Os Poetas - e ainda hoje fazemos dois ou três concertos por ano, com gravações muito antigas do Herberto Helder e do Cesariny. E dá-me sempre tanto prazer tocar com o Gabriel...
...o Gabriel do acordeão...
...e com o ator Miguel Borges ou o Rogério Samora. Com aquela poesia toda de que gostamos tanto.
Nunca é só um caminho, há sempre escapatórias?
Isso está dentro de mim. Tenho a necessidade de cruzar várias influências, de trabalhar com músicos diferentes.
Disse que tem 30 ou 40 ideias na cabeça...
... e no computador.
Como aparecem essas ideias? Disse que às vezes parece que não consegue e depois vem uma luz. Como é? Está sentadinho ou anda no meio da rua?
Às vezes trabalho das seis da tarde às seis da manhã, só paro para comer qualquer coisa. Estou ali, gravo quatro ou cinco ideias e no dia seguinte oiço aquilo, "mas por que é que eu perdi tanto tempo com isto?" Às vezes estamos todos na sala, está ali o piano e eu passo a mão, nem sequer a tocar, faço dois acordes, "o que é isto?" e em 30 segundos podem sair dois ou três acordes. O meu objetivo é sempre ir gravando ideias que tenho. "Hoje é que eu vou trabalhar uma data de horas e vai sair alguma coisa". E não sai. Outras vezes sai e eu tento fazer isto com alguma intensidade, ou seja, duas ou três vezes por semana tento trabalhar um dia inteiro. Há dias em que não faço nada, estou a pensar nas músicas que queria fazer e que não consigo fazer, ou estou a pensar naquela ideia que se calhar vai dar algum resultado e é evidente que estou contente. Há coisas de que já gosto bastante dentro dessas ideias, aliás que já tocámos em dois ou três concertos que fiz dentro do projeto Ensaio.
Que é só instrumental?
Tem imagens e tem vozes gravadas, a violinista Viviena Tupikova canta em dois ou três temas, mas tudo sem letras, coisas mais ambientais, notas longas. A minha filha mais nova, a Sofia, e a própria Rosa cantam em dois temas, mas são gravações que nós lançamos e depois tocamos por cima. Mas é um disco que eu gostava muito que tivesse eventualmente em três ou quatro temas um coro juvenil com 50 crianças a cantar. Tenho estas ideias todas.
Esse disco vai chamar-se Ensaio ou é o concerto chama-se assim porque é um ensaio?
O concerto chama-se Ensaio, mas não penso que o próximo venha a ter esse título. Está em aberto, se calhar acabamos por habituar-nos e poderá ficar.
Que instrumentos prefere tocar? Tem piano em casa e o skip já não vem em baldes.
O piano acústico é um instrumento fantástico. Eu aprendi a tocar sozinho, não tenho técnica absolutamente nenhuma. Os meus três filhos tocam muito melhor do que eu. O António passou para o 8.º grau, toca Rachmaninov, na Academia Musical dos Amigos das Crianças, a AMAC, uma escola que existe há mais de 50 anos.
Toca Rachmaninov?
Toca coisas fantásticas.
Que idade tem?
Faz 17 dentro de um mês. Sempre tive medo do piano, não sou pianista, toco sintetizador, coisas simples. Tenho vindo a perder esse medo e em dois destes concertos toco piano acústico, em cinco ou seis temas. A Viviena Tupikova toca muito bem piano e toca em alguns temas. O piano tem a particularidade de ser um instrumento gigante ali à nossa frente. Tenho em casa sintetizadores com todos os programas, com violinos, violoncelos, um número infinito de registos que até podem dar origem a um tema. Quando estamos à procura de sons, de repente vem uma harpa e ficamos ali cinco minutos... Gosto de tocar guitarra baixo, que foi o meu instrumento da Sétima Legião e que recuperei um pouco nestes últimos anos, até pelo trabalho de há dois anos com o Scott Mathew, o Life is Long, um disco de canções de um pop mais alternativo. Aí eu tocava baixo e sintetizador ao vivo.
N" Os Portugueses não tem os mesmos músicos em todas as canções.
Temos um quarteto de cordas que habitualmente trabalha comigo. Muitos arranjos foram feitos pelo Carlos Tony Gomes que está connosco há muitos anos, e que tocou violoncelo, o Bruno Silva tocou viola de arco, a Viviena Tupikova tocou violino e o Denys Stetsenko também. Depois há a participação do Pedro Jóia, com quem eu gosto muito de trabalhar e que toca de uma maneira extraordinário. Foi a primeira vez que toquei com o Carlos Barretto no contrabaixo e fiquei absolutamente fascinado com a sua postura, a sua maneira de tocar tão fantástica. O Frederico Gracias toca bateria/percussão em alguns temas. O João Eleutério, que produz comigo o disco, acabou por tocar baixo, guitarra, uma série de instrumentos. A Celina da Piedade toca acordeão, o Marco Alves toca trombone e vibrafone e é também um músico fantástico que tem trabalhado connosco de há dois três anos para cá.
Muitas letras das suas canções são da Ana Carolina.
Que é a minha mulher. Muita gente pensa que é a cantora brasileira, é uma grande confusão.
O Rodrigo compõe primeiro?
Eu componho primeiro e a Carolina não se considera uma letrista. Foi quase uma brincadeira. A primeira vez que ela escreveu foi o Pasión, o tema do Alma Mater [2000] cantado pela Lula Pena. Estávamos em estúdio e precisávamos de um esboço de letra para concretizar uma ideia e a Carolina enviou-nos isso por email. E depois foi fazendo. Ela é a pessoa que me conhece melhor, a quem eu mostro as coisas que vou fazendo. Faz coisas muito simples e que se adaptam à música.
E tem duas canções do Madredeus.
Sim, do Pedro Ayres de Magalhães, de que eu gosto muito, O Pastor, e A Guitarra, uma quadra popular. E depois há o Mil maneiras de Amar, da Sétima Legião, do disco O Fogo [1992], que é do Francisco Menezes, o letrista do grupo.
É um disco para nos sentirmos aconchegados, porque conhecemos estas canções todas.
Espero que sim e que as pessoas gostem deste trabalho. É a primeira vez que consigo reunir as minhas canções em português. Há 25 anos a minha preocupação, ou um dos meus objetivos - a minha maneira de trabalhar é muito intuitiva - era romper um pouco com o que estava a fazer no Madredeus e na Sétima Legião. Eu não queria letras em português, queria uma música mais instrumental, tinha bocadinhos cantados em latim. No Alma Mater aparece pela primeira vez um tema em castelhano, o Pasión, e A Casa cantada pela Adriana Calcanhotto, em português com sotaque brasileiro. Em 2004 aparece a Rosa, em português, e só em 2006 ou 2007 aparece o primeiro tema com a Ana Vieira a cantar que se chama Voltar, em português. A partir daí, mas mais tarde, pouco a pouco vou pondo um tema em português. Agora aqui estão todos.
O que podemos esperar? Mais colaborações com o Ryuichi Sakamoto, a Beth Gibbons, o Scott Mathew? Ou isso vai acontecendo?
Vai acontecendo, sem dúvida. Não estou a pensar em nenhuma colaboração para o próximo trabalho mas poderá surgir, e isso acontece numa fase final em que eu já sei que o disco vai ter aquelas canções. Estamos a três meses de iniciar as gravações no estúdio, estamos - eu, o João Eleutério, o Pedro Oliveira - a ouvir os temas, e aí é que pode acontecer "este tema podia ser cantado, podíamos convidar alguém".
Pode haver surpresas?
Pode, pois pode.
O que gosta mais de fazer neste momento?
Tocar, principalmente nos concertos ao vivo. Há muitos anos, gostava mas preferia o trabalho de estúdio. De há uns anos para cá, os concertos são uma grande alegria para mim. Estar com os músicos com quem gosto de tocar. Os concertos acabam por ser sempre diferentes, uns têm mais enganos, outros menos.
E o público?
A relação com o público é importante para sentirmos esse contacto permanente. Acabamos por tocar quase todas as semanas e apanhamos públicos do sul, do norte. Estivemos há pouco tempo em Banguecoque, tocámos para 500 tailandeses e gostaram. Foi interessante ver como aquelas pessoas reagiram precisamente a este projeto d" Os Portugueses, com a Selma Uamusse.