Rodrigo Ferreira da Silva: "Tenho a certeza que vai haver um desinvestimento no parque automóvel"
Que relevância tem, não só para si como para Portugal, estar presente no cerne da distribuição automóvel europeia numa altura de grande incerteza para o setor?
A minha eleição para os órgãos sociais e vice-presidência do CECRA [European Council for Motor Trade and Repairs], com a responsabilidade da divisão que representa todos os concessionários automóveis na Europa, é um desafio que não deixa de ser acompanhado de alguma preocupação. Estamos a viver uma altura muito exigente para todos os setores da economia, e muito especialmente para o setor automóvel. O CECRA é um conselho europeu que une várias associações e representa a distribuição, o retalho, os concessionários e os reparadores independentes, ou seja, todas as vertentes deste negócio. Tem uma equipa em Bruxelas que representa os interesses legítimos da atividade junto da Comissão Europeia, funcionando como um watchdog do setor.
Quais são as principais preocupações dos vários agentes a nível europeu?
Todos os assuntos que tenham a ver com a conectividade do carro, com a informação que esses carros libertam, a quem pertence essa informação, e também com todo este caminho da nova mobilidade e as suas implicações. Tenho muita motivação para enfrentar este desafio que também tem a ver com os direitos dos consumidores europeus e com relações mais justas do ponto de vista contratual entre as marcas e os concessionários. Temos de ter a balança equilibrada, que pende sempre muito mais para o lado da indústria automóvel. Porém, na Europa há 12 milhões de empregos no setor automóvel e desses apenas três milhões é que estão efetivamente na indústria. Temos, por vezes, a ideia de que a indústria é o grande empregador no setor automóvel, mas não é assim. Claro que, sem indústria, não temos produto para vender, mas há ainda nove milhões de empregos que estão ligados ao comércio, à reparação, à logística.
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