Rio de Mouro ganha sexto crematório do País

Publicado a
Atualizado a

Sintra. Primeira cremação após cerimónia de abertura

Equipamento deverá fazer 250 cremações por ano e tem espaços de reflexão

A Junta de Freguesia de Rio de Mouro, em Sintra, inaugurou ontem o sexto forno crematório de Portugal. O equipamento foi construído em tempo recorde pela empresa funerária Servilusa, que irá explorar e manter as instalações nos próximos 20 anos. A empresa prevê realizar 250 cremações por ano e a procura é tal que a primeira cerimónia decorreu ainda ontem à tarde.

O concurso público, lançado há nove meses, "é o exemplo da inovação que deve ser prosseguida pelas autarquias", diz António Balha e Melo, director-geral da Servilusa. "Foi um casamento perfeito entre o sector público e o privado", acrescenta. Para a autarquia, trata-se de "uma afirmação de Rio de Mouro, a segunda maior freguesia de Sintra, o segundo maior concelho do País", nota o presidente da junta, Filipe Santos.

O forno dá resposta à falta de espaço no cemitério e à crescente procura deste tipo de ritual fúnebre. "O cemitério tem dificuldade na decomposição dos corpos, que demora tempo e cria dificuldades de espaço, pelo que o forno foi pensado para dar resposta ao problema", explica Vítor Branquinho, tesoureiro da freguesia e responsável pelos cemitérios.

O crematório funcionará todos os dias e estará aberto a todas as agências. Antes da inauguração, as instalações foram benzidas pelo padre Carlos, da Igreja Matriz de Rio de Mouro, que recordou a mulher que queria ser cremada e não escondeu o espanto face ao novo equipamento: "Quase que apetece dizer : dá vontade de morrer. Há promoções?"

A obra custou 400 mil euros, suportados pela Servilusa, que terá de pagar uma taxa de exploração e o aluguer mensal à junta de freguesia. As cremações vão custar 195 euros. O espaço inclui uma sala equipada para tanatopraxia, onde podem ser realizados tratamentos do corpo ou embelezamentos, bem como autópsias. E uma "sala da última despedida", que permite "o visionamento do histórico do falecido num monitor, bem como a exibição de imagens da urna na sala de cremação, antes de entrar no forno".

No exterior, existe um "jardim da memória", onde podem ser depositadas as cinzas em anonimato, e um columbário com 144 espaços que pode ser alugado para colocar as urnas com as cinzas. "Não devemos ter medo desta relação público-privado", rematou o presidente da câmara, Fernando Seara.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt