Richard Fleischer, faz-tudo com talento de Hollywood

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Da superprodução de guerra (Tora! Tora! Tora!, 1970) ao filme de ficção científica (Viagem Fantástica, 1966), da grande aventura (Vinte Mil Léguas Submarinas, 1954) e da fita histórica (Os Vikings, 1958) ao policial (O Estrangulador de Boston, 1968), do western (Bandido, 1956) ao filme para a família (O Príncipe e o Pobre, 1977), do thriller de série B (The Narrow Margin) ao fantástico (Conan, o Destruidor, 1984), quase nenhum género foi estranho a Richard Fleischer, que morreu no sábado em Los Angeles, com 89 anos.

Fleischer era um dos últimos nomes de uma espécie de realizadores praticamente extinta em Hollywood: o faz-tudo discreto, com talento e gosto, bem encaixado na máquina de produção dos grandes estúdios mas capaz de escapadelas "independentes" (o excelente O Bando de Spikes, de 1974, que também produziu), hábil a trabalhar com orçamentos curtos ou fartos.

Nascido em Nova Iorque em 1916, Richard Fleischer era filho de Max Fleischer, um pioneiro da animação, produtor das séries Betty Boop ePopeye, e irmão de Dave Fleischer, oficial do mesmo ofício, mas preferiu enveredar pelo cinema de imagem real. Estreou-se nos anos 40 a fazer documentários e noticiários. Em 1948 ganhou um Óscar pelo documentário Design for Death, e nesse mesmo ano assinou com a RKO. Os seus filmes de série B deram nas vistas, e em 1954 Walt Disney escolheu-o para realizar Vinte Mil Léguas Submarinas, que o lançou para o primeiro plano de Hollywood.

Inevitavelmente, a carreira de Richard Fleischer conta também com alguns fracassos muito vistosos. É o caso de O Extravagante Doutor Dolittle (1967), de Che! (1969) ou de O Cantor de Jazz (1980), nova versão do velhinho filme de Al Jolson, com Neil Diamond e Laurence Olivier(!).

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