Ribeira à espera de ideia de recuperação

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A Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) vai lançar um concurso de ideias para a revitalização da frente ribeirinha da Baixa do Porto. O concurso será de cariz internacional e terá como patrocinadores oficiais o Banco Português de Investimento (BPI), a Câmara Municipal do Porto e a Administração dos Portos do Douro e Leixões, entre outros.

O protocolo de colaboração com o BPI foi ontem assinado, no Porto, pelo presidente da Porto Vivo, Arlindo Cunha, e pelo responsável máximo do banco, Artur Santos Silva. Arlindo Cunha mostrou-se convicto de que a Porto Vivo estará em condições de lançar o concurso já em Abril, dado que o processo está avançado. "Estamos na fase de constituição do júri, de resto está tudo preparado", sublinhou este responsável.

O concurso, para o qual o BPI contribui com 50 mil euros, servirá para recolher ideias para a requalificação e ordenamento do espaço ribeirinho, desde a Ponte D. Maria até à Rua D. Pedro V, em Massarelos. "Apontará soluções e caminhos para o ordenamento e, consequentemente, terá uma vertente não só de aconselhamento sobre o espaço público como também sobre o privado", reconheceu Arlindo Cunha.

Questionado sobre o que acontecerá às intervenções ribeirinhas que foram realizadas nos últimos anos, precisamente na área abrangida pelo concurso de ideias, designadamente em Massarelos, Arlindo Cunha foi peremptório: "Há zonas que estão bem aproveitadas e ordenadas e, por isso, serão respeitadas, mas há outras que estão extremamente degradadas, como é o caso da escarpa das Fontainhas." Sublinhando que o objectivo é proceder a uma "intervenção global", o presidente da Porto Vivo acrescentou: "Por isso é que fazemos um concurso de ideias. Para ajustar o que existe com o que é preciso fazer."

Arlindo Cunha lembrou que o espaço ribeirinho "é uma das mais- -valias do Porto" e salientou que o concurso de ideias, atrairá arquitectos internacionais e constituirá também "um importante marco de promoção externa do Porto".

O gestor sublinhou que o BPI será o "principal patrocinador", adiantando, ainda, que a parceria com o banco se estende ao apoio aos privados. "O BPI junta-se aos três bancos que já têm protocolos com a SRU para a concessão de melhores condições de financiamento a todos os que adquiram imóveis ou realizem obras de reabilitação em prédios na zona de intervenção prioritária", explicou.

Arlindo Cunha aproveitou o momento para recordar o empréstimo de 200 milhões de euros assinado na semana passada com o Banco Europeu de Investimento (BEI), a pagar em 30 anos, o que classificou de "boa notícia". "Este processo [revitalização urbana] é irreversível, não podemos saltar etapas. Para ser sustentável tem de ser consistente, o que implica continuidade das políticas", disse, acrescentando que a banca "é um elemento determinante nessa continuidade."

Já Santos Silva, presidente do BPI, não se coibiu de elogiar a actividade da Porto Vivo, considerando que tem desenvolvido um trabalho "de fundo, sério, e não de espectáculo", no sentido de requalificar a dignificar a Baixo portuense "de modo a que volte a ser um espaço de fruição". E lembrou que o banco irá apoiar "todos os que realizem trabalhos de recuperação na Baixa do Porto, seja para habitação ou para outros fins".

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