República brasileira celebra 120 anos

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A 15 de Novembro de 1889, a hipótese provável de uma mulher poder subir ao trono do Brasil, junto com o descontentamento dos grandes produtores de café pelo fim da escravatura e dos militares pelas condições de carreira, foi uma das razões para o marechal Deodoro da Fonseca proclamar a República. Hoje, 120 anos depois, o país está mais perto que nunca de vir a eleger uma mulher para a Presidência.

A princesa Isabel, herdeira do imperador D. Pedro II, que na altura se encontrava já bastante doente (viria a morrer em 1891), foi a responsável pela Lei Áurea, que em 1888 aboliu a escravatura. Se não bastasse esse facto para desagradar os fazendeiros, que dependiam da mão-de-obra escrava, também não era visto com bons olhos o facto de se ter casado com um francês, o conde d'Eu.

Agora, três mulheres surgem como pré-candidatas às presidenciais de 2010. A actual ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, é a aposta pessoal do Presidente Lula da Silva e do seu Partido dos Trabalhadores. A senadora Marina Silva deixou o PT e filiou-se no Partido dos Verdes, tendo em vista o Palácio do Planalto. A terceira pré-candidata é Heloísa Helena, do Partido Socialismo e Liberdade.

Nestes 120 anos da República, a senadora do PT Serys Slhessarenko lembrou que o país ainda se encontra atrasado em muitos sectores, referindo-se aos índices de analfabetismo e de pobreza, além da existência de trabalho escravo. Na cerimónia que assinalou a data, no Senado brasileiro na última quinta-feira, Slhessarenko disse que esta comemoração deve servir como reflexão e ponto de partida para a sociedade incrementar ainda mais a sua actuação em defesa do país.

Segundo a senadora, "o Brasil vive actualmente o período mais democrático da República". Isto porque a seguir à República Velha (1889 - 1930) veio a Era Vargas (1930-1945). "Democracia mesmo só veríamos entre 1946 e 1964 e após 1985, com o fim do período militar. Dos 120 anos da República, apenas 42 se deram em plena normalidade democrática", lembrou.

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