Renovação Comunista constitui associação
O Movimento da Renovação Comunista (MRC) deverá aprovar hoje a transformação em associação política. Esta é a proposta que a Dinamizadora (estrutura dirigente do Movimento), leva ao 4.º Encontro Nacional, que se realiza em Lisboa.
O futuro institucional do Movimento é uma das questões que têm provocado divergências entre os membros da Renovação, divididos quanto à possibilidade de evolução para o formato de partido político. Uma situação que parece, para já, pacificada - mesmo aqueles que admitem a solução partidária preferem, no imediato, a opção pela associação política.
É o caso de Edgar Correia, um dos nomes mais destacados da Renovação Comunista. No MRC «há quem sustente a formação de um partido político comunista democrático», até porque a «expectativa sobre a evolução interna do PCP já não existe está blindada qualquer evolução democrática», afirmou ao DN. Uma tese que o próprio Edgar Correia subscreve: «Concordo com a evolução para partido, desde que configurado de molde a encontrar novas formas de intervenção, até face ao desgaste dos partidos tradicionais», sublinhou.
Esta é, no entanto, uma matéria para «reflexão no futuro» no imediato, Edgar Correia prefere a evolução para associação política. Exactamente a mesma posição que defenderá, no encontro de hoje, Carlos Luís Figueira, outro nome destacado do Movimento. Neste caso, sem a perspectiva de evolução para outro cenário: «As situações não são imutáveis, mas não vejo espaço na esquerda para a criação de qualquer partido. Seria uma evolução muito arriscada, um inêxito anunciado», referiu ao DN.
Além do futuro institucional, o MRC discutirá também a actual situação política. Do encontro deverá sair um apelo à procura de entendimentos entre os vários partidos da esquerda, de forma a atingir o objectivo que a Renovação aponta como fundamental «infligir uma clara e pesada derrota à direita». Em discussão estará também um eventual apelo ao voto nas forças partidárias que se apresentam às eleições, e que, a concretizar-se, deverá abranger toda a esquerda.