Renoir pai visto por Renoir filho
"Em Abril de 1915, um bom atirador bávaro presenteou-me com uma bala numa perna. Fiquei-lhe agradecido. O ferimento permitiu-me ser finalmente hospitalizado em Paris, para onde o meu pai se fez transportar para estar mais perto de mim." Assim começa Pierre-Auguste Renoir, meu pai (Bizâncio, 398 páginas), a biografia do grande mestre da pintura impressionista, assinada pelo filho, Jean Renoir, um dos maiores cineastas do séc. XX.
Além do amor filial, o que há de singular nesta obra é a montagem cinematográfica de uma vida, com os seus labirintos feitos de avanços e recuos, dificuldades e triunfos. Tudo descrito com uma enorme precisão narrativa e um tom muito pessoal. Porque "a História", nas suas palavras, "é um género essencialmente subjectivo".