Rendas de casa em Lisboa a subir desde abril
Ainda não estão totalmente repostos os valores cobrados por novos arrendamentos em Lisboa no arranque de 2020, antes do embate da pandemia, mas falta pouco. A tendência é de revalorização desde abril, à medida que é retomada a procura após dois confinamentos que fizeram tombar significativamente os números de novos contratos assinados com senhorios.
De acordo com dados provisórios publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), metade dos mais de 2400 contratos de arrendamento assinados em Lisboa no terceiro trimestre atingiam já valores de até 11,44 euros por metro quadrado, equivalentes a uma renda de 800 euros por uma casa com 70 metros quadrados.
Este valor representa um crescimento de 4% face ao trimestre anterior e fica já bastante mais perto dos 12,10 euros por metro quadrado da mediana de rendas registada no arranque de 2020. Então, a mediana representava um arrendamento por 847 euros para a mesma área de habitação.
Os dados do INE mostram já dois trimestres consecutivos em crescimento. De abril a junho, a mediana de rendas novas na capital subia 0,5% face a um mínimo de valores em pandemia no arranque deste ano. Então, a mediana das novas rendas da capital desceu aos 10,94 euros por metro quadrado (766 euros por 70 metros quadrados).
A informação publicada pelo INE recua apenas até ao início de 2020 e resulta da comunicação de dados do fisco, que têm por base contratos de arrendamento declarados para finalidade de habitação permanente.
A tendência de recuperação de preços na capital acontece depois de quebras pronunciadas no arrendamento aquando do primeiro e do segundo grandes confinamentos desta pandemia. No segundo trimestre de 2020, o número de novos contratos assinados entre inquilinos e senhorios caiu 40%, ficando então em 1149, para mais que duplicar depois já em período de abertura seguinte e tornar a cair no final de 2020 (-3%) e no arranque deste ano, com o retomar das restrições (-16%).
Desde então, os números recuperam, com crescimentos de 6% e 17% no segundo e no terceiro trimestres de 2021, respetivamente.
Na periferia de Lisboa, o mesmo trajeto de revalorização das rendas observa-se nos municípios de Cascais, Oeiras, Sintra, Odivelas e Seixal, núcleos de grandes populações onde há crescimento nos preços há dois trimestres, embora com comportamentos variáveis nos números do arrendamento. Cascais, Oeiras e Seixal viram cair os novos contratos no terceiro trimestre deste ano, e Sintra e Odivelas registam crescimentos menores.
Já Loures, Amadora, Almada e Setúbal assistiram no último trimestre a descidas em cadeia no valor mediano do metro quadrado de arrendamento - de 3%, 0,8%, 3% e 2%, respetivamente. As descidas ocorrem apesar de aumentos no número de novas rendas contratadas em Loures, Amadora e Almada.
Globalmente, a Área Metropolitana de Lisboa regista crescimentos de preços na ordem dos 3%, com um aumento dos novos contratos de arrendamento em torno dos 5% no último trimestre. Esta região representou nos meses de julho a setembro um terço dos novos arrendamentos nacionais.
A nível nacional, o preço do arrendamento tem vindo a registar crescimentos em cadeia desde o terceiro trimestre do ano passado, mas com uma subida mais moderada nos últimos dados do INE. A mediana das novas rendas de casa está em 5,66 euros por metro quadrado (396 euros numa habitação de 70 metros quadrados), tendo aumentado 0,8% no último trimestre. Nesse período, o número de novos contratos aumentou 8,4%, para um total de 22 305.