Reino Unido diz que apoia o regresso do Zimbabué à Commonwealth
Este posicionamento foi anunciado depois de uma reunião entre o chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, e o seu homólogo zimbabueano, Sibusiso Moyo, à margem da cimeira da Commonwealth, que reúne os líderes dos 53 Estados-membros do bloco, até hoje à noite, em Londres.
O encontro foi descrito como histórico pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, que vê uma "nova era" nas relações entre os dois países e ainda um símbolo da vontade do Zimbabué em "envolver-se de maneira significativa com a comunidade internacional".
"O Reino Unido apoiaria fortemente o regresso do Zimbábue" à Commonwealth se o país se candidatasse, anunciou o ministério em comunicado.
Londres quer trabalhar com "um novo Zimbabué, engajado em reformas políticas e económicas a favor do seu povo".
O Zimbabué saiu da Commonwealth em 2003, depois de ter sido suspenso devido às eleições presidenciais daquele mesmo ano, marcadas pela violência e por acusações de fraude.
O país tornou-se cada vez mais isolado da comunidade internacional a partir de 1990 devido às ações autoritárias do seu ex-Presidente. Robert Mugabe esteve no poder entre 1980 até ao final de 2017, quando foi derrubado, aos 93 anos, por um golpe do exército e do seu próprio partido.
Convidado por Boris Johnson, Sibusiso Moyo representou o seu país na cimeira de Londres, mas não participou nas deliberações.
O atual Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, prometeu reanimar a economia e as finanças do país, após 37 anos de poder de Mugabe.
"O Zimbábue fez progressos significativos em 150 dias, mas ainda há muito a ser feito", disse Boris Johnson.
"As eleições de julho darão uma indicação da direção a ser tomada" pelo país, acrescentou o ministro britânico.
A Gâmbia regressou à Commonwealth em 2018, tendo deixado o bloco cinco anos antes. A África do Sul, o Paquistão e as Ilhas Fiji já fizeram o mesmo no passado.