"O diálogo entre as regiões abraâmicas [cristianismo, islamismo e judaísmo] é manifestamente insuficiente hoje em dia", afirmou o monarca no seu discurso na praça da emblemática torre Hassan, na presença do papa, que hoje iniciou uma visita de dois dias a Marrocos..Mohamed VI sublinhou que o radicalismo, seja religioso ou de outro tipo, "assenta no desconhecimento do outro, na ignorância do outro, na mera ignorância"..Perante isso, o monarca apontou a educação como ferramenta necessária para um melhor conhecimento da religião e apelou aos povos para que optem por valores da moderação.."Já é hora que a religião deixe de ser um álibi para os ignorantes, para esta ignorância e para esta intolerância", sublinhou Mohamed VI, que discursou em árabe, espanhol, inglês e francês, perante a admiração da assistência, que aplaudia cada vez que alternava a língua. .Mohamed VI salientou que o primeiro ato de conhecimento mútuo entre os muçulmanos e os cristãos foi quando o rei da Abissínia (atual Etiópia), conhecido como Negus, ofereceu refúgio aos seguidores dos seguidores de Maomé quando foram perseguidos pelos governantes de Meca..O monarca qualificou a visita de Francisco como "evento excecional" e sublinhou que o seu encontro consagra os valores das religiões monoteístas que contribuem para a racionalização e a melhoria da ordem mundial..Ao mesmo tempo, o rei de Marrocos, na sua qualidade religiosa de "comendador dos crentes", comprometeu-se a ser o garante do livre exercício de outras religiões monoteístas, assim como a proteger os judeus marroquinos e os cristãos estrangeiros que vivem naquele país magrebino.