Regresso dos Imagine Dragons conquistou milhares

A banda norte-americana era uma das mais aguardadas deste primeiro dia de festival, que terminará com o concerto dos Arctic Monkeys.
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Pela primeira vez na história do Alive, agora denominado NOS Alive, uma banda inicialmente programada para o palco secundário acabou por ter honras de atuar no principal palco do festival. Neste caso trata-se dos Imagine Dragons, banda que há sensivelmente um ano já tinha esgotado o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e que também motivou milhares de pessoas a deslocarem-se até Algés neste primeiro dia de festival, encabeçado pelos britânicos Arctic Monkeys, dia este esgotado há várias semanas.

A banda norte-americana não esqueceu o apoio que o público português lhes deu numa altura em que ainda não tinham o mesmo nível de popularidade que gozam hoje em dia, tendo o vocalista Dan Reynolds salientado que tocar nos palcos portugueses era como tocar em casa, "o que é muito importante para nós porque passamos muitos dias longe das nossas casas", afirmou o cantor.

Pouco depois desta manifestação de agradecimento a banda partiu para It's Time, o seu primeiro single, datado de 2012, sendo um dos vários sucessos dos Imagine Dragons que segue a fórmula da canção épica de estádio, na linhagem de nomes que vão dos Coldplay aos Killers (ou não fossem eles também naturais de Las Vegas), sempre com a sombra dos U2 por perto.

Além de temas incontornáveis como On the Top of the World (que fez com que um anúncio colocasse o nome da banda na mente de milhares de pessoas) ou Radioactive, os Imagine Dragons também recordaram Song 2, dos Blur, naquele que também foi um dos momentos mais efusivos da atuação.

Antes dos Imagine Dragons subiram ao Palco NOS, em estreia nacional, os também norte-americanos The Lumineers. Ainda o concerto do grupo não ia a meio quando a banda se entregou a Ho Hey, claramente o seu maior sucesso até à data, o que originou uma verdadeira corrida desenfreada de vários admiradores da banda até este palco, certamente distraídos noutras atividades espalhadas pelo Passeio Marítimo de Algés. Podem, à semelhança dos Imagine Dragons, ter apenas um álbum de originais até à data, mas isso não impediu que tivessem sido bastante aplaudidos, até porque a receita do grupo, que passa pela linguagem da música country mas formatada às regras da pop mais épica (seguindo a linhagem dos Mumford & Sons), é ideal para mover as massas num contexto de festival. Também eles fizeram uma versão, de Subterranean Homesick Blues, de Bob Dylan, além de que o vocalista desceu até às grades para cantar com os seus fãs um par de canções, nomeadamente Darlene e Elouise.

Já ao final da tarde, no Palco Heineken, estrearam-se os The 1975. A banda britânica estreou-se nos álbuns no ano passado, mas têm um percurso com mais de dez anos e isso nota-se na sua prestação em palco e no domínio que têm das canções. Defini-las pode ser uma tarefa ingrata, já que a música do quarteto de Manchester é das mais intrigantes que apareceu nos últimos anos, trazendo o melhor que o soft rock e a new wave britânica dos anos 1980 têm para hoje, com referências ao emo pop e até ao apelo açucaradamente popular típico das boybands.

Matt Healy é todo ele exuberância em palco, aparecendo com uma garrafa de vinho de camisa aberta, mostrando o peito tatuado, sendo a sua performance também um jogo com as aspirações do público adolescente que os recebeu de braços abertos.

Em Heart Out e Pressure convidaram mesmo um saxofonista que proporcionou um dos melhores momentos do concerto, exuberante e refinado no ponto certo.

O concerto foi também mais uma prova de como a organização do festival está empenhada em ir ao encontro das "vontades" do público britânico, já que eram muitos os estrangeiros vindos do Reino Unido que dominavam a plateia que acolheu a banda.

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