O que fizeram a televisão e a internet pela arte contemporânea? A resposta está na exposição que vai ocupar a partir de junho uma das galerias da velhinha central elétrica da Fundação EDP, a Central Tejo. Chama-se Electronic Superhighway e fez a sua estreia na galeria White Chapel, em Londres, no primeiro semestre de 2016. "Fala sobre o impacto das inovações das novas tecnologias nas artes. É uma visão histórica que mostra os primeiros artistas que trabalharam a televisão e os media nos anos 60", explica o diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), Pedro Gadanho..Começa nos artistas mais jovens, já no século XXI, e recua até 1966. Nesse ano, em Nova Iorque, nascia o movimento pioneiro Experiments in Art in Technology (EAT), fundado pelo artista plástico Robert Raus-chenberg e pelo engenheiro Billy Klüve, promovendo uma colaboração entre arte e eletrónica. Nesse ano organiza-se um festival de eletrónica e performances interativas de nove artistas, entre os quais John Cage, que usavam vídeo, som sem fios e sondas, tecnologias que estavam longe de ser banais. Alguns dos artefactos usados então foram resgatados para esta mostra. O título da exposição remete para uma expressão do artista coreano Nam June Paik. A lista completa inclui mais 70 artistas para mais de 100 obras. Há os que usaram a internet como meio, como Olia Lialina, e os que usam computadores e está também representada a artista Amalia Ulman com um projeto a partir da rede social Instagram..No lote de exposições internacionais que passam pelo MAAT, Electronic Super highway sucede a Dimensões Variáveis, a próxima abertura da Central Tejo, no dia 8, explorando as relações entre arte contemporânea e arquitetura. No mesmo dia abre ao público o projeto Arquivo e Democracia do fotógrafo José Maçãs de Carvalho..Fernanda Fragateiro é a artista que a meados do ano mostra o seu trabalho na Central Tejo. A sua exposição acontece ao mesmo tempo que A Quote and Another Quote, "sobre apropriação na arte", segundo Pedro Gadanho. A curadoria é de Ana Anacleto e de Gabriela Vaz Pinheiro, curadora da Guimarães Capital da Cultura, em 2012..Em 2017, segundo Pedro Gadanho e Miguel Coutinho, diretor-geral da Fundação EDP, 18 exposições vão passar pelo campus da Fundação EDP, no momento em que o edifício de Amanda Levete assume em definitivo o nome MAAT..MAAT reabre a 22 de março.O MAAT fecha as portas na segunda-feira para preparar a entrada da instalação Ordem e Progresso, do artista mexicano Héctor Zamora, a segunda parte da exposição Utopia/Distopia, que reunirá trabalhos de vários artistas na galeria principal, de vídeo e de projeto do novo edifício. No mesmo dia, na Central, é inaugurada a exposição O Que Eu Sou, a terceira exposição a partir da coleção da Fundação EDP..Enquanto o MAAT estiver fechado, o bilhete para a Central Tejo custa cinco euros. Quando os dois polos estiverem a funcionar, a entrada vale nove euros, a partir dos 18 anos. Com a abertura do novo museu foi criado o cartão de membro, de 20 euros (entrada gratuita para duas pessoas durante um ano), que foi adquirido por mil pessoas de outubro do ano passado até ao momento..O museu continuará aberto gratuitamente nos primeiros domingos do mês.