Regiões Turísticas otimistas na época de verão devido ao crescimento da ocupação
O otimismo domina as perspetivas para a época alta nas regiões turísticas do Porto, Lisboa, Madeira, Algarve e Açores, onde o crescimento do setor faz prever elevadas taxas de ocupação e até mesmo alguns novos recordes.
Depois do crescimento "acima da média" nos primeiros meses do ano - no número de dormidas, visitantes e proveitos totais -, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal disse estar "bastante otimista" neste início de verão.
"Os últimos resultados revelam que a região Porto e Norte teve números recorde no primeiro trimestre", salientou Melchior Moreira, numa referência à subida homóloga de 22,4% nas dormidas, de 18,2% nos hóspedes e de 31,8% e 27,2%, respetivamente, nos proveitos de aposento (valores cobrados pelas dormidas) e proveitos totais.
Segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, trata-se de "níveis de crescimento e taxas de ocupação nunca antes registados".
Este desempenho, associado aos resultados já conhecidos em relação às festividades do S. João, que apontam para uma taxa global de ocupação na região de praticamente 80/85%, que atinge mesmo os 100% na noite de 24 para 25 de junho, levam Melchior Moreira a "prever para o verão que agora se inicia os melhores resultados de sempre".
Na Madeira, 2015 foi um "ano recorde" e "tudo se conjuga para ter um bom ano" no setor em 2016.
O secretário regional do Turismo, Eduardo Jesus, apontou que este ano, até abril, o número acumulado de turistas ultrapassava os 321 mil, o que representa um acréscimo de 12,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior e uma ocupação hoteleira média de 70%.
Para a época alta, a ilha do Porto Santo "está cheia" e existem "situações de 'overbooking' na Madeira", pelo que será "um verão completo para a região, com grande procura de variados mercados", indicou.
De acordo com uma sondagem feita na terceira semana de abril junto de 54 empreendimentos turísticos da região, as reservas para o período de abril a outubro indicam um crescimento de 10% da taxa hoteleira.
Segundo o presidente da Região de Turismo do Algarve, face à procura que continua a registar-se e à pouca oferta ainda disponível, prevê-se uma ocupação de 100% em julho e agosto, embora os sinais de que 2016 iria ser um bom ano turístico tenham começado a sentir-se no final de 2015, altura em que os operadores dos principais mercados emissores "estavam com uma atividade superior ao habitual".
Desidério Silva sublinhou que, entre janeiro e maio, o Algarve teve taxas de ocupação mais elevadas do que nos últimos anos, que atingiram um pico em maio, com 71% de ocupação, o que faz deste o "melhor mês de maio dos últimos 15 anos", números que representam hoje mais dormidas, já que, na altura, não havia o atual número de camas.
Os bons indicadores deverão prolongar-se para lá do verão, devido às reservas feitas para o mês de outubro e que permitem estimar uma taxa de ocupação superior a 80%, acrescentou o responsável, observando que isso fará com que algumas unidades hoteleiras não fechem portas no inverno ou, pelo menos, não encerrem logo em outubro.
Também a Associação de Turismo de Lisboa está "bastante otimista" com a época alta e espera "consolidar a região de Lisboa como o primeiro destino nacional em termos de turistas internacionais e de receitas", disse o presidente, Vítor Costa.
De janeiro a março deste ano, registou-se, na cidade, 1,8 milhões de dormidas, um aumento de 9,2% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 27,5% face a 2014.
Já na região de Lisboa há registo, de janeiro a abril deste ano, de 3,4 milhões de dormidas, mais 6% do que no período homólogo e 18,9% do que em 2014.
Segundo Vítor Costa, "o reforço de alguns mercados, especialmente europeus, tem compensado largamente o abrandamento verificado em mercados relevantes como o brasileiro".
Em termos globais, os proveitos na hotelaria na região de Lisboa, de janeiro a abril deste ano, foi de cerca de 209 milhões de euros.
Nos Açores, o secretário regional do Turismo, Vítor Fraga, afirmou que o balanço do primeiro semestre do ano é "positivo".
"Temos tido um bom desempenho naquilo que são os principais indicadores do setor", declarou, destacando que a região cresce "três vezes e meia mais do que a média nacional" em dormidas e proveitos.
O governante salientou que "muito deste crescimento está concentrado na época baixa", cumprindo um dos objetivos do executivo açoriano que passa por atenuar os efeitos da sazonalidade.
Sobre as perspetivas relativamente à época alta, Vítor Fraga disse que vai ser "mais um ano de trabalho muito intenso com vista à sustentabilidade do setor".