O Uganda pretende aplicar uma nova taxa aos utilizadores das redes sociais já a partir do mês de julho, com o objetivo de aumentar a receita do Estado. Esta medida que ativistas dos direitos humanos consideram ser uma tentativa do presidente Yoweri Musevini de reprimir a liberdade de expressão e a dissidência, depois de 32 anos no poder..É pouco provável que a medida seja bem vista num país onde mais de 40% das pessoas usam a Internet, isto numa altura em que os custos da utilização de dados nos países africanos estão entre os mais elevados do mundo, segundo o grupo de defesa digital World Wide Web Foundation..O ministro das Finanças Matia Kasaija disse à Reuters que os assinantes de telemóvel que usam plataformas como o Facebook, o Twitter e o WhatsApp deverão pagar 200 xelins por dia, o equivalente a 0,027 dólares..Kasaija garantiu que o objetivo é conseguir dinheiro para "aumentar a segurança do país e ampliar a rede eléctrica, para as pessoas poderem usufruir das redes sociais, com mais frequência"..Os ativistas dos direitos humanos discordam e alguns criticaram a medida nas redes sociais. "Trata-se de uma tentativa mais ampla para restringir a liberdade de expressão", salientou Rosebell Kagumire, ativista dos direitos humanos..Dos 41 milhões de habitantes do Uganda, cerca de 17 milhões são utilizadores de internet..Durante as últimas eleições, em 2016, o governo baniu o acesso ao Facebook, Twitter e WhatsApp, uma medida usada também por outros países africanos, como resposta a movimentos populares organizados contra eles..A vizinha Tanzânia, por exemplo, publicou uma lei a exigir uma licença anual de um milhão de xelins da Tanzânia (cerca de 440 dólares) para gerir um blogue ou um site.