Recolhidas em Ponte de Lima sementes para reflorestar de 30 hectares de pinhal
"Em média, um dia de trabalho, permite colher pinha para alimentar 30 hectares de pinhal", explicou à Lusa Susana Carneiro, engenheira florestal do Centro Pinus, referindo-se à iniciativa "Escalar para Renovar", de recolha de sementes para reflorestar o pinhal português.
A iniciativa, promovida pelo Centro Pinus - uma associação representativa da fileira de pinho - e pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), decorre ente janeiro e maio, percorrendo vários povoamentos florestais do país.
O objetivo principal, explicou a engenheira florestal do centro Pinus, "é acelerar a resposta na reflorestação da floresta nacional", afetada pelos incêndios florestais.
Segundo o Centro Pinus e o ICNF são precisas, por ano, durante cinco anos, 19 milhões de plantas de pinheiro-bravo para rearborizar 75 mil dos 125 mil hectares de resinosas que arderam nos incêndios de 2017 e, em que o pinheiro-bravo era a espécie dominante.
No distrito de Viana do Castelo, o povoamento florestal da Labruja, em Ponte de Lima, "é um dos 27 locais do país, legalmente, classificado como zonas de colheita de sementes".
"É importante a proveniência geográfica da pinha para se ter certeza que se colhem sementes com qualidade e que o pinhal que vai nascer dessas sementes vai ter um bom aproveitamento para a indústria", destacou Susana Carneiro.
Segundo a engenheira florestal, "as pinhas recolhidas hoje, em Labruja, serão usadas para plantar pinhais em toda a região do Entre Douro e Minho"
As "melhores pinhas" encontram-se nos ramos mais altos dos pinheiros-bravos e são colhidas por escaladores, sendo encaminhadas para o Centro Nacional de Sementes Florestais(CNSF).
Aquele serviço do ICNF, situado em Amarante, é "responsável pela colheita, processamento e produção de todas as espécies autóctones" do país.
"No CNSF as pinhas hoje recolhidas vão abrir em condições controladas. Depois serão escolhidas e processadas as sementes, realizados testes laboratoriais para saber da sua capacidade germinativa, ficando armazenadas em condições de segurança até serem comercializadas", explicou.
Na colheita hoje realizada na Labruja estiveram envolvidos sete escaladores que escalaram até o cimo das árvores para alcançarem as melhores pinhas".
"Quatro escaladores pertencem ao CNSF e fazem este trabalho há 30 anos. São uns heróis porque já têm 50 anos de idade e continuam a fazer a colheita de sementes com todo o gosto e carinho. Pela primeira vez tivemos escaladores contratados pelo centro Pinus para aumentar capacidade da equipa", adiantou, destacando a importância destes profissionais "para a sustentabilidade da floresta portuguesa".