Recifes artificiais para salvar mar da Calheta

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A Companhia Portuguesa de Trabalhos Portuários (CPTP) lidera o consórcio que a construção da Empreitada de Construção, Instalação e Sinalização Marítima de um Recife Artificial na Zona Oeste da ilha da Madeira, designado Recife Artificial da Ponta Pequena, no concelho da Calheta.

Orçada em 3,5 milhões de euros, a obra, da responsabilidade da Direcção Regional de Pescas da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais do Governo Regional da Madeira, decorre durante o primeiro semestre de 2006.

Esta empreitada visa o repovoamento pesqueiro em zonas abrigadas da costa, a protecção dos peixes juvenis e o aumento da produtividade de certos stocks, nomeadamente de espécies de demersais - animais que, apesar de terem capacidade de locomoção activa, vivem a maior parte do tempo em associação com o substracto, quer em fundos arenosos como rochosos - as mais atingidas pela acção humana e pela degradação dos habitats.

Para a Direcção Regional das Pescas, a aquicultura marinha é uma actividade em expansão que tende a assumir um papel fundamental na economia do sector das pescas, na criação/manutenção de empregos e no abastecimento de pescado às populações.

O recife artificial será constituído por 2500 blocos cúbicos em betão. Com 1,40 m de aresta, cada unidade pesa cerca de três toneladas. Estes blocos serão pré-fabricados em terra e posteriormente transportados por pontão e depositados ao largo da costa madeirense, nas proximidades da Ponta Pequena, a uma profundidade entre 18 e 35 metros. A colocação será feita através de uma grua flutuante com apoio de mergulhadores.

Em 2004, a CPTP tinha já instalado outros dois sistemas recifais de menor dimensão, ao largo do Paul do Mar e na Ponta da Galé, também na Madeira. No ano anterior, instalara, na costa algarvia (ao largo de Tavira e da Praia da Oura, Albufeira), o maior recife artificial português, constituído por 10 200 blocos cúbicos idênticos aos empregues na Madeira, e 120 outros, de geometria diferente, cada um com 42 toneladas. Uma outra área de interesse tem a ver com a aquicultura marinha, enquanto alternativa à pesca de certas espécies tendo em conta as necessidades do mercado.

Enquadrada na política de inovação constante do Grupo Mota-Engil, a CPTP apresenta-se como "uma moderna e versátil frota de equipamentos sem paralelo em Portugal", que desde 1930 marca presença em obras portuárias de referência.

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