Rebelo de Sousa diz que teria falado se fosse Relvas

No final do jantar de apresentação do candidato à presidência da Câmara Municipal de Loulé, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, considerou necessário não dramatizar as manifestações contra governantes e apela ao Executivo de Passos Coelho para ter "humildade" em reconhecer falhanço nas previsões do combate à dívida pública.
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O professor, comentador político e antigo líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa diz que "já houve manifestações muito mais contundentes", entende necessário não dramatizar as situações ocorridas com vários ministros e espera que "não ocorra uma rutura social" no país, nem a queda do Governo. E aconselha o Executivo de Pedro Passos Coelho a ter "humildade" para reconhecer que "falhou nas previsões" no combate ao défice no acordo com a 'troika' e por conseguinte a "alterar o rumo" da sua política para o país.

Num breve encontro com jornalistas já ao início da madrugada de hoje no Pavilhão Desportivo Municipal, em Loulé, após o jantar de apresentação do candidato do PSD à presidência da câmara, Hélder Martins, Marcelo Rebelo de Sousa começou por tentar, acima de tudo, desdramatizar as sucessivas manifestações populares com a canção 'Grândola Vila Morena' contra ministros em locais públicos, que têm agitado o país.

"Se foram, por um lado, um sinal de uma grande movimentação de sectores à esquerda do PS, sendo minha sensação que há, sobretudo, muita gente nova, já noutros casos foram coisas pontuais. Em democracia, essas manifestações existem há muito tempo. Houve manifestações até muito mais contundentes. Lembro, por exemplo, a da ponte com Cavaco Silva e outras com António Guterres ou com Durão Barroso. E houve muitas manifestações no tempo de José Sócrates, sobretudo na parte final, e até com o Presidente da República com cartazes", recordou Marcelo Rebelo de Sousa.

O que o professor e comentador político classifica como "menos positivo" são as manifestações que impedem um governante falar, como o caso do ministro Miguel Relvas na conferência dos 20 anos da TVI, no ISCTE. "Não se pode dramatizar as manifestações. É fundamental é que não se ultrapassem determinados limiares que signifiquem ou violência física ou violência verbal, ou que se impeçam outros exprimirem as suas opiniões. No caso de Miguel Relvas não houve propriamente violência física. Houve à saída uma condicionante e uma barragem, que não acho feliz. O que chocou mais as pessoas foi a dificuldade de o ministro falar. Eu teria falado se fosse o ministro, mas ele foi aconselhado a não falar. Choca-me mais que se tivesse tentado barrar a saída da instalação do que propriamente os protestos, os gritos e as expressões verbais. Mesmo achando que na barragem do caminho se terá ido longe demais, não vale a pena dramatizar. O que é fundamental é evitar violência física como aconteceu junto à Assembleia da República", sublinhou Marcelo.

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