Realizador catalão Bigas Luna morre aos 67 anos

O realizador Juan José Bigas Luna, um dos nomes mais importantes do cinema espanhol, morreu hoje aos 67 anos, vítima de cancro, deixando por terminar um último filme, noticiou a agência EFE.
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Responsável pela descoberta de atores como Javier Bardem ou Penélope Cruz, o realizador trabalhou até à semana passada em "El Mecanuscrit del Segon Origen", livro de Manuel de Pedrolo no qual se baseou para criar uma obra dedicada ao seu único neto, sendo seu último desejo a finalização do filme.

Nascido em Barcelona, na Catalunha, a 10 de março de 1946, Bigas Luna dirigiu cerca de 20 filmes, pelos quais foi várias vezes premiado, do Fantasporto, no qual recebeu o prémio da Crítica em 1983 por "Caniche", ao Festival de Veneza, onde ganhou o Leão de Prata, em 1992, por "Desejos Inconscientes".

Fotógrafo profissional, Bigas Luna -- que rejeitava os primeiros dois nomes e favorecia os dois últimos -- entrou no mundo do cinema através da publicidade, do desenho e das artes plásticas e realizou, entre 1974 e 1977, várias curtas-metragens e documentários, recorda o obituário da agência EFE.

Bigas Luna estreou-se na longa-metragem com "Tatuagem", em 1976, baseado num livro de Vázquez Montalbán, seguindo-se "Bilbao", filme que levou a Cannes.

O realizador espanhol abandonou a realização durante alguns anos na sequência da morte do produtor Pepón Coromina e encontrou os maiores êxitos da carreira na década de 1990, como o autobiográfico "A Teta e a Lua" e "Huevos de Oro".

"Desde que o franquismo me fez cortar três cenas de 'Tatuagem' não voltei a autocensurar-me. E cortar, só corto o chouriço da minha terra", declarou, em entrevista ao jornal La Vanguardia, em setembro de 1996.

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