Rapaz de 13 anos morre em simulacro no Brasil

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A polícia civil do estado brasileiro de Mato Grosso vai reconstituir hoje um simulacro de resgate num autocarro que, no sábado, provocou a morte a um rapaz de 13 anos. Durante a demonstração em Rondonópolis, a polícia militar disparou balas verdadeira em vez das munições de borracha geralmente usada nestes casos. Duas das dez pessoas feridas no incidente continuam internadas.

Os investigadores brasileiros sabem que o disparo que matou Luís Henrique Dias Bulhões foi feito por uma arma de calibre 12. A polícia só espera agora os resultados das análises periciais às armas dos agentes para reconstituir o simulacro. Para tal, pediu ajuda a todas as testemunhas.

"É evidente que se as balas fossem de borracha não teriam ultrapassado os alvos colocados no vidro de trás do autocarro", disse ao jornal O Globo o chefe da polícia de Rondonópolis, João Pessoa. O responsável pelas investigações não afasta a hipótese de um só tiro ter matado o adolescente e ferido as outras dez pessoas. "São munições que se espalham", explicou Pessoa, que exigiu ainda a anexação ao processo de um vídeo amador que captou o momento do disparo.

Das duas pessoas internadas, o caso da professora Purcina Adriano Ferreira, de 33 anos, é o mais grave. Atingida num olho, pode ficar cega.

Sete dos 16 polícias envolvidos no simulacro, continuam detidos. Os agentes já prestaram depoimento e vão permanecer afastados dos cargos até ao fim das investigações. A polícia militar do Mato Grosso já admitiu que houve uma "grande falha" no simulacro. "Não somos treinados para dar tiros nas pessoas, somos preparados para negociar", afirmou um agente ao Globo. O comandante geral da polícia militar do estado, coronel Raimundo Souza, garantiu, por seu lado, que toda a hierarquia da instituição estará sob escrutínio

Segundo o secretário da Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso, "no mínimo, houve negligência". Em declarações à Folha de São Paulo, Carlos Brito disse ainda que irão suspender a realização de novos simulacros apesar de "já terem sido feitos mais de mil sem problemas".|

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