Rafael Nadal desvalorizaderrocada no Masters

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Aemoção do regresso de Roger Federer ao Estoril Open em 2010 passou para segundo plano em Portugal o grande tema do ténis internacional nestes últimos meses - a derrocada de Rafael Nadal.

Em 2008 o espanhol protagonizou uma das melhores temporadas de sempre da história da modalidade: foi n.º 1 mundial, apoderou-se da medalha de ouro olímpica e venceu oito torneios, entre os quais dois do "Grand Slam" (Roland Garros e Wimbledon), três Masters Series (Monte Carlo, Hamburgo e Toronto) e os prestigiados eventos de Barcelona e Queen's.

O início de 2009 foi igualmente esmagador, com o triunfo em mais um "Major", no Open da Austrália, seguido de sucessos nos Masters 1000 de Indian Wells, Monte Carlo e Roma, bem como a revalidação do título de Barcelona.

Mas a segunda metade da época foi desastrosa, em grande parte provocada por lesões: as tendinites nos joelhos ditaram desaires em Madrid e Roland Garros e a desistência de Wimbledon, e uma ruptura abdominal ajudou ao insucesso no US Open.

O antigo n.º 4 mundial Greg Rusedski orienta hoje em dia James Ward, um britânico que esta semana tem servido de parceiro de treino de Nadal no Masters de Londres (Barclays ATP World Tour Finals), e o actual campeão do Vale do Lobo Grand Champions Caixa Geral de Depósitos explicou ao jornal L'Équipe que "depois de uma lesão demora-se muito tempo a recuperar a confiança. Normalmente o 'Rafa' reencontra a confiança em Roland Garros e Wimbledon, mas este ano sentiu-se privado de ambos os torneios. O James tem treinado com ele, nota-se que o Nadal está a tentar ser mais agressivo na sua direita, executando-a mais de chapa, mas ainda não consegue usá-la em situação de competição".

Confiança é a palavra-chave neste período negro de Nadal, que já perdeu os seus dois primeiros encontros do Masters e foi eliminado das meias-finais. O próprio, em conferência de Imprensa, declarou: "vou repeti-lo pela centésima vez, com as lesões deste ano não consegui nem a calma nem a confiança necessária para ganhar os momentos importantes. Os problemas que estou a sentir ao nível do serviço e do jogo de ataque estão ligados a essa falta de confiança."

Pormenor importante é que "Rafa" falou aos jornalistas com um sorriso nos lábios. Pode não ter confiança no seu jogo, mas exala confiança nas suas capacidades: "Depois da final da Taça Davis terei um mês para treinar e vou reencontrar o meu jogo. Creio em mim próprio e estou seguro de que vou jogar muito bem no próximo ano."

Rafael Nadal admite sem problemas que não está "a jogar como um n.º 1" e que Roger Federer merece ser o n.º 1 mundial de 2009, mas já tem os olhos postos no ranking de 2010. Se estiver saudável, surgirá esfomeado e mais perigoso do que nunca.

Roger Federer é o melhor tenista de todos os tempos. Levei tempo a aceitá-lo, mas tem vindo a quebrar recorde atrás de recorde. Há, porém, um recorde que não poderá alcançar - o de seis anos seguidos como n.º1 mundial, de Pete Sampras. Federer fê-lo em quatro épocas consecutivas, mas viu a sua série interrompida por Nadal em 2008. É notável que Federer tenha recuperado o estatuto e termine 2009 como n.º1. Na história do ténis só Ivan Lendl foi capaz de fechar um ano no topo depois de ter perdido esse posto na época anterior. Mas Federer fê-lo numa temporada em que chegou à final de todos os torneios do Grand Slam, tendo ganho dois deles! E isto num ano em que seria compreensível alguma descompressão competitiva - casou-se e foi pai (de gémeas) pela primeira vez.

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