Carlos Queiroz vai ser hoje oficialmente demitido do cargo de seleccionador nacional. A direcção da Federação Portuguesa de Futebol reúne-se à tarde, a partir das 15.00, em encontro liderado pelo presidente Gilberto Madaíl e em que participam os vice-presidentes Amândio de Carvalho, Carlos Lamas Pacheco e Fernando Gomes (presidente da Liga), e os directores Joaquim Alves, Vítor Peralta, José António Cavaco, José Manuel Portugal e Sérgio Dias Luz. .Além do caso Queiroz, em cima da mesa estará ainda o nome do novo técnico (ver peça em baixo), sendo que um dos elementos da direcção será incumbido de fazer as diligências necessárias para que o novo responsável entre em funções a tempo do próximo jogo, a 8 de Outubro, com a Dinamarca..Será no entanto o processo Carlos Queiroz que dominará a agenda de trabalho. A saída do actual seleccionador é inevitável, pois todo o elenco directivo reconhece que a situação se tornou insustentável, sobretudo após os últimos resultados - empate com o Chipre (4-4) e derrota na Noruega (1-0). .A isto há a juntar o facto de Queiroz ter sido suspenso pela Autoridade Anti-Dopagem de Portugal (ADoP) por seis meses por, alegadamente, ter perturbado o controlo anti-doping realizado na Covilhã, no estágio que antecedeu a partida para o Mundial, na África do Sul. Aqui residirá, sabe o DN, o principal fundamento da FPF para avançar para uma quebra de contrato. As declarações do seleccionador ao longo deste processo não foram do agrado dos responsáveis federativos, que por isso também vão levá-las em conta..A reunião desta tarde não será pacífica, pois ao que o DN apurou há elementos que pretendem o despedimento sumário de Queiroz, um pouco à semelhança do que foi feito pela federação francesa com Raymond Domenech, ou seja, a rescisão unilateral com a respectiva comunicação ao treinador por carta registada. Outros membros da direcção preferem ainda assim tentar chegar a um acordo para a revogação do vínculo válido até Julho de 2012..Esta última opção levaria ainda mais tempo para a conclusão do processo, o que poderia inviabilizar a contratação do novo treinador a tempo dos próximos compromissos da selecção nacional. Se a rescisão unilateral for a solução encontrada, o caso pode arrastar-se, mas fora do âmbito da Federação, mais concretamente em sede de Tribunal de Trabalho..O DN sabe ainda que Gilberto Madaíl deverá aproveitar a reunião para desencadear o processo de eleições antecipadas , estando praticamente afastada a possibilidade de apresentar já a demissão..Curioso é o facto de, à mesma hora que a direcção da federação estará reunida, o Conselho de Disciplina da FPF estará a ouvir as primeiras testemunhas de Carlos Queiroz no processo disciplinar que lhe foi instaurado por causa de uma entrevista em que disse que Amândio de Carvalho era "a cabeça do polvo". No entanto, o DN sabe que não está prevista a presença de Queiroz na sede da FPF durante o dia de hoje.