Quatro antigos países comunistas assinam pacto militar

Quatro antigos países comunistas da Europa Central assinaram hoje um acordo que visa a coordenação de estratégias de defesa e a criação de uma unidade de combate comum no seio da NATO e da União Europeia (UE).
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O pacto assinado pela Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia, grupo designado como V4, surge em resposta à atual crise na Ucrânia.

"A situação atual na Europa ilustra que infelizmente um conflito militar, impensável há pouco tempo, poderá ter lugar", disse o ministro da Defesa polaco, Tomasz Siemoniak, durante uma conferência de imprensa em Visegrad, uma cidade a 40 quilómetros a norte de Budapeste.

A crise na Ucrânia demonstrou a importância de "uma cooperação mais dinâmica" entre estes quatro países no âmbito da NATO e da UE, acrescentou o responsável.

A unidade de combate "V4-UE", com um efetivo total de 3.000 elementos, estará operacional a partir de 2016 e irá funcionar "como uma unidade regional no seio das operações da UE e da NATO", precisou o ministro da Defesa húngaro, Csaba Hende.

O acordo também prevê que os quatro países participem em exercícios militares conjuntos e coordenem os orçamentos ao nível da Defesa.

O grupo V4 foi criado em 1991 na cidade húngara de Visegrad, para assegurar a cooperação institucional destes países durante o seu processo de adesão à UE, que seria concretizado em 2004.

Na quinta-feira, o chefe da diplomacia húngara, Janos Martonyi, afirmou que os países do V4 estavam particularmente "vulneráveis" face a situação ucraniana.

Na mesma ocasião, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro disse esperar "solidariedade" por parte da UE caso estes países sejam afetados pelas eventuais sanções económicas contra a Rússia, em resposta à crise na república autónoma ucraniana da Crimeia (sul da Ucrânia).

Polónia, Eslováquia e Hungria fazem fronteira com a Ucrânia, onde residem minorias étnicas dos três países, principalmente na parte ocidental.

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