Quase 6 mil portugueses fizeram Erasmus este ano

No último ano lectivo partiram para o estrangeiro, ao abrigo do programa Erasmus, mais mil estudantes nacionais do que em 2007/2008. Mas ainda "são poucos", diz Ana Nunes de Almeida da Universidade de Lisboa.<br />
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O número de portugueses a fazerem o programa de estudos Erasmus, na Europa, tem crescido todos os anos, atingindo neste último ano lectivo os 5800, segundo informações prestadas ao DN pela Agência Nacional para o Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida. Tal representa um acentuado aumento de mais de mil estudantes face ao ano lectivo anterior, num programa em processo de internacionalização.

Os dados, que ainda serão actualizados em Novembro, sugerem que a evolução recente, neste domínio, já caminha no sentido apontado pelo primeiro-ministro.

Na apresentação do programa eleitoral do PS, esta semana, José Sócrates traçou a meta de duplicar as bolsas de Erasmus de 6 mil para 12 mil ao longo da próxima legislatura, ou seja, até 2013. A ideia subjacente é "formar uma juventude qualificada e empreendedora".

O objectivo parece estar ao alcance, tendo em conta que em 2000/2001, no primeiro ano do Erasmus, Portugal apenas enviou 2569 estudantes para instituições de ensino europeias. E hoje são cada vez mais os jovens que percebem a importância de ter uma experiência académica internacional para valorizar as suas oportunidades de acesso ao mercado de trabalho.

Mesmo assim, considera a coordenadora do Observatório do Percurso dos Estudantes da Universidade de Lisboa, os portugueses ainda têm de ser mais sensibilizados para as vantagens de ter um percurso académico em instituições de ensino no estrangeiro. "Hoje, ainda são muito poucos", afirma Ana Nunes de Almeida.

Naquela universidade, com 22 mil alunos, apenas 391 saíram para o estrangeiro ao abrigo do programa Erasmus, no último ano lectivo, explica Ana Nunes de Almeida. Para esta responsável, a fraca apetência dos alunos para uma experiência universitária no estrangeiro também está relacionada com capacidade económica das famílias para suportar os custos de vida nos países onde gostariam de estudar. Por isso, receia que a crise económica venha a afectar ainda mais a internacionalização dos estudantes do ensino superior português, um aspecto essencial para a sua carreira profissional num mundo global. Mas na opinião de Ana Nunes de Almeida, a atitude ainda "conservadora dos docentes" nacionais, também não ajuda a estimular esse interesse por um experiência internacional.

Países como a Lichenstein, Áustria, República Checa e a Espanha são os que têm, até ao momento, mais estudantes em Erasmus, em percentagem da sua população estudantil.

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