A Guerra Civil de Angola parecia não ter fim à vista. A decorrer desde 1975, o conflito viveu entre 1992 e 1994 um segundo período de grandes combates, na ressaca das eleições presidenciais de setembro de 1992, vencidas pelo MPLA de José Eduardo dos Santos..A segunda força política mais votada, a UNITA de Jonas Savimbi, recusou-se a aceitar os resultados, uma vez que não houve maioria absoluta e teria de haver segunda volta, e fez com que Angola voltasse a mergulhar na Guerra Civil até à assinatura do Protocolo de Lussaca, em novembro de 1994..O conflito intensificou-se nos primeiros dias de 1993, quando dezenas de pessoas morreram em combates entre as forças da UNITA e as tropas governamentais na região de Lubango, no sul do país. "Combates no Sul de Angola já provocaram 700 mortos", noticiou o DN na sua primeira página de 5 de janeiro de 1993.."De acordo com fontes militares, as tropas da UNITA foram desalojadas das suas principais posições em Lubango e todas as instalações utilizadas pelas forças de Jonas Savimbi se encontram destruídas", podia ler-se nas páginas do Diário de Notícias, numa altura em que ambas as partes recusavam negociar e a situação gerava grande preocupação internacional..O Protocolo de Lussaca acabou por repor alguma paz, mas haveria de ser muitas vezes violado..Em 2002 o MPLA conseguiu a vitória de que sentenciou uma guerra que fez mais de 500 mil mortes, além de ter obrigado ao refúgio de mais de um milhão de pessoas em regiões do interior e em países vizinhos e causado danos em infraestruturas e na economia angolana.