Putin quer participar na investigação ao abate do avião malaio sobre a Ucrânia
"Desde o princípio que propusemos trabalhar conjuntamente para resolver esta tragédia, mas, para nossa surpresa, não nos deixaram participar", disse Putin, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, no Palácio de Constantino.
Putin reagiu assim à acusação feita hoje por uma equipa de investigadores internacionais, em Haia, de que o sistema Buk que disparou o míssil que abateu o aparelho provinha de uma unidade militar russa.
"A parte ucraniana trabalha ali (no local do sinistro), apesar de ter violado as regras internacionais por não ter encerrado o espaço aéreo onde estavam a ocorrer ações militares. Contudo, a Ucrânia está lá a trabalhar e a Rússia não", lamentou.
Por isso, acrescentou que para que a Federação Russa aceite os resultados do relatório "deve participar plenamente nas investigações".
Putin adiantou que esteve a trabalhar todo o dia, pelo que desconhecia os detalhes do documento divulgado hoje em Haia pelos investigadores holandeses da tragédia ocorrida há quase quatro anos.
Antes, o Ministério da Defesa russo insistiu em que foi a Ucrânia que derrubou em 2014 o avião da Malásia Airlines quando sobrevoava a região de Donetsk.
"A parte russa apresentou às forças de segurança holandesas provas exaustivas que demonstram (...) inequivocamente o envolvimento dos Buk ucranianos (e não russos) no derrube do avião de passageiros Boeing procedente dos Países Baixos", destacou-se num comunicado de fonte militar.
O procurador-geral da Holanda e membro da equipa de investigação à tragédia, Fred Westerbeke, garantiu hoje em conferência de imprensa que o míssil que derrubou o avião malaio pertencia à unidade militar russa, Brigada 53, baseada em Kursk, nas proximidades da Ucrânia.
O voo MH17 da Malásia Airlines, que fazia a rota entre Amesterdão e Kuala Lampur, foi derrubado por um míssil em 17 de julho de 2014 quando sobrevoava Donetsk, uma tragédia em que morreram os 298 ocupantes do aparelho, na sua maioria holandeses.