Putin convida Sócrates para passar três noites no Kremlin

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Apenas chefes de Estado costumam ficar na sede do poder político russo

O primeiro-ministro português José Sócrates vai ficar hospedado no Kremlin durante a sua visita oficial a Moscovo, de 27 a 29 de Maio, a convite do Presidente Vladimir Putin.

"Gesto inédito de cortesia do Presidente russo", na expressão de fonte diplomática de Lisboa citada ontem pela Lusa, o convite exprime o reconhecimento da posição destacada de Portugal no plano internacional ao longo do segundo semestre de 2007. Lisboa assume a presidência da União Europeia e cabe-lhe, por isso, preparar a cimeira UE-Rússia em Outubro.

A estadia de Sócrates no complexo de edifícios onde se concentra parte da memória histórica da Rússia vai permitir-lhe o contacto com personalidades e factos de uma nação, que se desenvolve e expande as suas fronteiras ao mesmo tempo que novas construções e mais amplas muralhas vão dilatando o perímetro da pequena fortaleza do século XII.

Abrangendo uma superfície de 360 mil metros quadrados, o Kremlin integra construções do século XV ao século XX. Exemplo do século XV é a Catedral da Assunção, edifício contemporâneo de Ivan IV, o Terrível, que contém vários exemplos maiores da arte bizantina religiosa. Do século XX é exemplo o Palácio dos Congressos, construído para albergar os congressos do PCUS.

Cada século da história russa encontra o seu reflexo arquitectural no Kremlin. Do edifício do Arsenal, contemporâneo do czar do século XVIII Pedro, o Grande, ao Grande Palácio construído para Nicolau I, bisavô do último czar, Nicolau II. É neste palácio que se realizam as recepções oficiais, sendo no edifício do Senado - edificado no reinado de Catarina, a Grande e onde Lenine se instalou em 1917 - que está hoje instalada a residência oficial do Presidente.

Mas a história tem também as suas pequenas histórias. Neste capítulo, os muros do Kremlin encerram dois grandes exemplos - literalmente: o Canhão do Czar (século XVI), que com as suas 40 toneladas nunca foi disparado, e o Sino do Czar (século XVIII), com 200 toneladas - que nunca chegou a soar. Em tudo, é feita de excessos a história da Rússia.

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