Público abre inquérito para averiguar divulgação de e-mail

A Direcção do Público decidiu abrir um inquérito para averiguar quem divulgou um e-mail interno ao Expresso e ao Diário de Notícias que sustenta hoje a manchete do diário, num artigo que os responsáveis do jornal da Sonae condenam.
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"Imediatamente após o primeiro contacto para o PÚBLICO foi aberto um inquérito interno para tentar perceber como pode ter sido desviado um documento que apenas circulara por e-mail, no interior do domínio do PÚBLICO e entre um grupo muito pequeno de pessoas", refere um comunicado hoje divulgado pela Direcção Editorial do jornal do grupo Sonae.

O Diário de Notícias (DN) avança hoje em manchete que o assessor do Presidente da República Fernando Lima terá sido a fonte do Público nas notícias que sucederam à manchete de 18 de Agosto deste jornal, segundo a qual Cavaco Silva suspeitava estar a ser espiado pelo Governo de José Sócrates.

Na nota, a Direcção revela que o Público foi contactado na quinta-feira pelo Expresso e DN "para recolherem informações sobre o conteúdo de um e-mail que teria sido trocado entre um editor e um jornalista há 17 meses. Juntamente com tal mensagem encontrava-se uma troca de e-mails, todas realizadas esta semana, entre o director do PÚBLICO e um jornalista sobre temas internos do jornal".

    Dependendo dos resultados do inquérito, o jornal decidirá os procedimentos, "judiciais ou outros", a adoptar.

    No comunicado hoje divulgado, a direcção do Público condena a publicação [no DN] "de um trabalho jornalístico sem qualquer dado novo para além da revelação sensacionalista de uma pretensa fonte do PÚBLICO".

    A direcção explica ainda que a investigação, "com base em informações de uma fonte - cuja identidade é dever de qualquer jornalista proteger", foi iniciada em Abril de 2008, mas que nada foi escrito na altura por esta não ter produzido "efeitos imediatos".

    "A existência deste tipo de suspeitas [relativamente à hipótese de membros da Casa Civil do Presidente da República estarem a ser vigiados], assumidas formalmente, envolvendo o Presidente da República e o Governo, é notícia em qualquer parte do mundo. E foi, naturalmente, notícia no PÚBLICO, posteriormente confirmada por outros órgãos de informação", refere o comunicado.

    "Como fica demonstrado, não se tratou de qualquer 'encomenda'. O Público tem fontes, mas não são estas que ditam o que sai e quando sai no jornal. Neste caso concreto, o Público só publicou a notícia quando, após contacto com as suas fontes, um membro da Casa Civil do Presidente assumiu, nessa qualidade, a informação", acrescenta.

    A Direcção Editorial do jornal defende ainda que o trabalho realizado pelos jornalistas Luciano Alvarez e São José Almeida, autores dos artigos publicados a 18 e 19 de Agosto, assim como Tolentino da Nóbrega, "todos postos em causa utilizando métodos inéditos em Portugal, obedeceu a critérios de rigor comprovados ao longo de quase 20 anos de PÚBLICO".

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