PT em contactos para comprar a Novabase

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A Portugal Telecom (PT) está a analisar uma eventual entrada no capital da Novabase através da sua participada para as tecnologias de informação PT - Sistemas de Informação. O DN sabe que estão a decorrer "contactos" entre membros das duas companhias para uma possível entrada na Novabase, tendo em vista o controlo da empresa liderada por Rogério Carapuça pela PT.

A notícia circula há alguns dias com insistência nos meios financeiros, mas todas as fontes oficiais afirmam tratar-se apenas de "rumores". Fonte oficial da PT diz que a empresa não faz qualquer comentário sobre possíveis aquisições, remetendo-se ao silêncio. Da parte da Novabase, Rogério Carapuça fez saber pelos seus assessores de comunicação que "a informação é falsa".

Não é primeira vez que a Novabase é colocada como estando na órbita de uma aquisição por parte do grupo liderado por Miguel Horta e Costa. Aliás, a PT procura há já algum tempo um parceiro de peso nas tecnologias de informação, tendo entrado na corrida pela aquisição de 60% da Edinfor, quando a EDP decidiu alienar a maioria do capital desta participada.

Fontes do mercado disseram ao DN que uma eventual compra de capital da Novabase pela PT "nunca seria uma operação puramente financeira", já que a cotação das acções da empresa de tecnologias de informação tem sido relativamente estável, com valorizações reduzidas. Mais interessante para a PT, nomeadamente para a PT - Sistemas de Informação, poderiam ser as competências já demonstradas pela Novabase na área de bilhética e nos sistemas e tecnologias para os transportes. Isto porque, a concretizar-se, seria uma aliança de peso com boas hipóteses de ganhar uma boa parte dos projectos tecnológicos anunciados esta semana pelo ministério das Obras Públicas, que representam investimentos superiores a 160 milhões de euros. Aliás, numa nota de research emitida esta semana, os analistas do BPI adiantavam que «sendo uma das empresas de tecnologias de informação mais importantes em Portugal, (...) a Novabase está extremamente bem posicionada» para vários dos projectos apresentados, nomeadamente, na área da bilhética, identificação electrónica de veículos e sistema de controlo rodoviário.

Ontem, a tecnológica portuguesa emitiu um comunicado através da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários anunciando a colocação de 9% do capital da companhia "no mercado internacional". Os 13 accionistas vendedores são todos quadros da empresa, que assim reduziram a sua posição global de 62% para 51%. O preço de venda (5,85 euros) ficou abaixo do preço de mercado (5,90 euros), numa operação que ascendeu a 15,12 milhões de euros.

Manuel Tavares Festas, responsável pelas relações com o mercado da Novabase, justificou a operação com "necessidade de liquidez das acções" e de "aumentar o free float". Este responsável afirmou ao DN que a maioria das acções (83%) foram colocadas "em fundos de investimento ingleses, americanos, irlandeses e espanhóis". Na nova composição accionista os quadros da empresa têm agora 51% e o BES continua a ser o principal investidor privado com 11%. "Tudo o resto é free float", sublinha Manuel Tavares Festas. Os fundos da Caixa Geral de Depósitos, do Santander e do Millennium bcp detêm no conjunto 27% da Novabase.

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