PSP tem dois dias para entregar Fátima à GNR

Das 145 freguesias do Continente em que a GNR e a PSP tinham jurisdição conjunta, 85 já só têm uma dessas forças de segurança. Esta reorganização, iniciada há dois anos, prossegue na segunda-feira, com a GNR a assumir o patrulhamento da freguesia de Fátima.
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A partir de segunda-feira os agentes da PSP deixam de ser vistos nas ruas em volta do "altar do mundo". Fátima passa a ser patrulhada pela GNR, tal como S. Martinho do Porto, em Alcobaça, e S. Pedro de Muel, na Marinha Grande. Mas, só ontem os polícias afectados pela mudança foram informados sobre os novos locais de trabalho. O mal-estar instalado atenuou-se.


Trata-se da segunda fase da reorganização do dispositivo territorial das forças de segurança decidida pelo Governo a 1 de Março. Durante a primeira fase, encerrada a 1 de Abril, terminou-se com o sistema de partilha no policiamento de 85 das 145 freguesias com jurisdição comum da PSP e da GNR, que agora passam a ser patrulhadas por apenas uma das forças. A partilha, no entanto, vai manter-se em situações peculiares, nomeadamente quando, por exemplo, uma freguesia está dividida por um auto-estrada. Nestes casos, a parte urbana fica sob responsabilidade da PSP, a rural da GNR.


Na terceira fase, ainda por calendarizar, concretiza-se o mesmo processo nas freguesias das áreas metropolitanas de Lisboa - que inclui Setúbal - e do Porto. São 55 no universo daquelas 145. Sabe-se que, na área da capital, Rio de Mouro, por exemplo, assim como Loures, Queijas ou São Domingos de Rana vão passar para a jurisdição da PSP. Para esta mesma força, na área do Porto, vão passar Canidelo, Vilar de Andorinho e Custóias, entre outras.


Fátima, S. Martinho do Porto e S. Pedro de Muel são situações isoladas: as esquadras são transformadas em postos. Nestes casos, a reorganização do dispositivo implica a troca de uma força por outra. A reorganização das 85 freguesias da primeira fase apenas envolveu o alargamento da área de geográfica de patrulhamento de uma ou outra força. Não se tocou, pois, nem nas instalações nem na mobilização de agentes.


Estas mexidas, nomeadamente a de Fátima, estão a deixar alguns agentes nervosos. Os cerca de 40 já habituados às grandes peregrinações à Cova da Iria entre Maio e Outubro dependuraram as suas fardas à porta da esquadra em sinal de descontentamento. Por um lado, há o dilema afectivo de terem de deixar Fátima e, por outro, a expectativa relativamente ao novo local de trabalho.
Só ontem, a faltar três dias para a data da mudança, aqueles agentes - tal como os colegas de S. Martinho do Porto e de S. Pedro de Muel - foram informados sobre os novos locais de trabalho.


"As pessoas têm família e deveriam ter tido mais tempo se prepararem para a mudança", disse ao DN Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sócio-Profissional da Polícia (ASSP- PSP). De acordo com este dirigente, a Direcção Nacional da PSP comprometeu-se a deslocar os agentes para as esquadras da sua preferência. Para Paulo Rodrigues, toda a ansiedade vivida até ao momento deveu-se, sobretudo, à falta de informação dos agentes.

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