Luís Amado: o melhor para Portugal seria um Governo PS/PSD
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa nos últimos governos socialistas Luís Amado reafirmou esta quarta-feira que o melhor para Portugal seria um Governo do bloco central e manifestou dúvidas sobre um acordo do PS com o PCP.
"Veremos que tipo de acordo é possível" com o PCP e com o Bloco de Esquerda, mas a consistência, do ponto de vista da estabilidade, "não tem comparação com um bloco de duas forças com uma capacidade negocial muito maior", afirmou o ex-governante.
Entrevistado pelo jornalista Vítor Gonçalves na RTP3 (programa "Grande entrevista""), o antigo ministro manifestou dúvidas de que seja possível garantir-se o apoio do PCP para uma legislatura e lembrou que historicamente PS e PCP sempre foram como "a água e o azeite", no comentário a um possível acordo de incidência parlamentar entre PS, PCP e Bloco.
Sempre manifestando dúvidas sobre a existência de um acordo na próxima semana, Luís Amado explicou que já em 2009 tinha defendido um acordo PS-PSD que, se tivesse existido, teria evitado o resgate financeiro, e disse que hoje esse acordo entre os dois maiores partidos iria permitir ao país "recuperar muito mais rapidamente".
Tal acordo não foi possível porque, defendeu, há uma "excessiva pessoalização das relações políticas", com muita radicalização ideológica. Um acordo à esquerda, a existir, vai ser uma novidade no sistema político português, é bom para a democracia, e pode de alguma forma representar uma "capitulação do PCP".
E se no PS há quem se oponha com esse acordo com os partidos de esquerda, como Francisco Assis, Luís Amado afirma que entende. "No essencial há um conjunto de argumentos com os quais me identifico" com Francisco Assis, disse Luís Amado.
Licenciado em economia, Luís Amado foi deputado, secretário de Estado, ministro, e é desde 2012 presidente do conselho de administração do banco Banif. Banco que tem vindo a melhorar as condições operacionais e que vai apresentar resultados positivos, disse Amado.