PSD e CERCIAZ criticam Câmara de Azeméis por acabar com jardinagem por deficientes
Em causa está o que os sociais-democratas Ricardo Tavares, Carla Rodrigues, Rui Lopes e José Campos consideram o término "unilateral e sem qualquer justificação válida" daquele que encaram como "um importante protocolo de inclusão social, com 10 anos de vigência e renovado em setembro de 2017".
O presidente da CERCIAZ, António José Silva, também lamentou a postura da autarquia.
"Não acho normal suspenderem o acordo de forma unilateral, com base num problema técnico que não nos percebemos qual é e sem nos darem oportunidade de corrigi-lo", disse.
Até à semana passada, o protocolo entre a Câmara e a CERCIAZ permitia que seis dos mais de 150 utentes dessa instituição de solidariedade social fossem afetados à limpeza e ao tratamento de espaços verdes em vários locais do concelho, mediante formação contínua para o efeito.
Os vereadores do PSD defendem que o protocolo assegurava assim "emprego e ocupação a pessoas que, por deterem um grave grau de deficiência ou dificuldades especiais, não têm oportunidade de integrar o mercado de trabalho nas mesmas condições que outros cidadãos e, por via de tal colaboração, aprendiam e exerciam uma atividade e ocupação".
O presidente da CERCIAZ realça que o acordo garantia "trabalho praticamente diário" aos seis utentes da instituição que desenvolviam esses serviços de limpeza e manutenção em áreas verdes de locais como o centro de Cucujães, a envolvente dos Bombeiros Voluntários de Fajões e a rotunda do Parque Molinológico de Oliveira de Azeméis.
Classificando de "insólita" a justificação do PS de que seria "difícil defender o interesse público" do protocolo, o PSD defende que a decisão do novo Executivo "marca uma rutura na atuação da Câmara Municipal, que, de alguns anos a esta parte, demonstrava empenho na promoção da inclusão social", inclusivamente "premiando as empresas que contratavam pessoas com deficiência".
Para António José Silva, acaba-se assim a postura com que "a Câmara procurava dar o exemplo às empresas, por ter consciência de que o mercado de trabalho para as pessoas com deficiência é muito escasso".
Contactada pela Lusa, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis não esteve disponível para comentar o assunto.