PSD disponível para encontrar uma saída

O líder da bancada social-democrata afirmou hoje que o PSD está disponível para encontrar uma saída para a eleição dos novos membros do Tribunal Constitucional, mas considerou que isso depende sobretudo do PS.
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Numa declaração à agência Lusa, Luís Montenegro defendeu que está em causa a "qualidade legal" do candidato do PS, Conde Rodrigues, por este ter sido indicado como juiz quando se encontra na situação de licença sem vencimento de longa duração.

"Estamos disponíveis para encontrar uma saída que prestigie o Parlamento e o Tribunal Constitucional. Mas isso, neste momento, depende sobretudo do PS", acrescentou o líder parlamentar do PSD.

Luís Montenegro acentuou que, no entender do PSD, "o que está em causa não é a pessoa" de Conde Rodrigues, "mas a sua qualidade legal como candidato" e defendeu o comportamento dos sociais-democratas ao longo deste processo: "Cumprimos sempre a nossa palavra".

A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, declarou hoje aos jornalistas ter alertado por diversas vezes o PSD, CDS-PP e PS, partidos que acordaram a indicação de três novos membros do Tribunal Constitucional, para o facto de haver "dúvidas" sobre "a qualidade de juiz de carreira do candidato Conde Rodrigues".

Segundo Assunção Esteves, "em caso de dúvida, deve decidir-se a favor do rigor dos procedimentos e dos critérios, logo, neste sentido, contra o candidato".

Em reação a estas declarações de Assunção Esteves, o líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, afirmou que os socialistas aguardam "que seja dado conhecimento por escrito da decisão da presidente da Assembleia da republicar para se passar à fase seguinte e para se avançar com o processo".

"Em função dessa fundamentação, daremos andamento ao assunto. Não queremos fazer disto uma novela. Queremos resolver rapidamente esta questão, mas queremos ver a fundamentação da presidente da Assembleia da República, pois disse que tinha dúvidas [sobre a qualidade de juiz de Conde Rodrigues], embora o PS não as tenha", acrescentou.

Os três novos elementos do Tribunal Constitucional que o Parlamento tem de eleger, por maioria de dois terços, vão substituir membros que já terminaram o mandato, dois dos quais tinham sido eleitos na qualidade de juízes de outros tribunais.

De acordo com a lei, seis dos treze lugares do Tribunal Constitucional têm de ser preenchidos por juízes de outros tribunais.

No âmbito do acordo com o CDS-PP e o PS, o PSD tinha indicado o jurista Paulo Saragoça da Matta para o Tribunal Constitucional, mas entretanto substituiu esse nome pela jurista Maria José Rangel Mesquita, depois de Saragaço da Matta invocar razões pessoais para retirar a sua candidatura. Por sua vez, o CDS-PP indicou a juíza Fátima Mata-Mouros.

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