PS de Espinho acusa Câmara de "aproveitamento eleitoral" quanto ao novo estádio
Em causa está o anúncio pela Câmara e pelo Sporting Clube de Espinho, na passada segunda-feira, de que seria construído na cidade um novo recinto de jogos para substituição do Estádio Comendador Manuel Violas, que tem quase 90 anos e está em grave estado de degradação.
Perante a situação de insolvência do Sporting de Espinho, a autarquia comprometeu-se a inscrever no orçamento de 2018 as verbas para criação de um novo estádio junto à Nave Desportiva e a ceder ao clube o uso do respetivo espaço, em regime de Direito de Superfície.
"A mais de cinco meses das eleições, o mesmo PSD que ainda não apresentou candidato às eleições autárquicas de 1 de outubro (...) tenta ainda cumprir o programa com que foi eleito [em 2013]", declara em comunicado o presidente da comissão política do PS de Espinho, Miguel Reis.
Ora para os socialistas, como o Executivo não pode adivinhar o resultado das próximas autárquicas, a Câmara está "a confundir o Estado com o partido", do que resulta "o mais puro e repugnante aproveitamento eleitoral".
Referindo que "já é tradição e prática corrente de quatro em quatro anos a atual Câmara prometer a construção do estádio para o qual não tem projeto", Miguel Reis acusa o Executivo de utilizar "o clube e o bom momento desportivo e social do Sporting de Espinho para fazer campanha".
O comunicado reconhece que, já em 2016, também o PS "assumiu o compromisso de construir o estádio municipal", mas realça que isso foi feito com base num "projeto multidisciplinar para a cidade, com várias modalidades e uma lógica integrada entre cultura e desporto".
O objetivo dos socialistas era evitar "um elefante branco" e inscrever a obra já no orçamento municipal de 2017.
A Câmara Municipal liderada pelo social-democrata Pinto Moreira anunciou na segunda-feira um acordo com o Sporting Clube de Espinho para construção do recinto que permitirá à coletividade substituir o Estádio Comendador Manuel Violas, com quase 90 anos e em estado de degradação.
Em comunicado então emitido, a autarquia comprometeu-se a inscrever no orçamento municipal de 2018 as verbas necessárias para a construção do novo estádio, que o clube já tem em projeto desde 2010 mas cuja concretização veio adiando por razões relacionadas com impedimentos urbanísticos e, sobretudo, com a falta de capital para suportar a obra - o que se agravou com a insolvência da instituição, declarada em 2014.