Provedor de Justiça não está interessado em renovar
Na missiva, a que o DN teve acesso, sublinha que não tem "interesse pessoal em fazer um segundo mandato". Até porque, como "conselheiro jubilado" optou por "não receber a remuneração do cargo". Indiretamente, critica o Parlamento pelo processo moroso e até penoso de substituição do anterior provedor, Nascimento Rodrigues. Um processo que se arrastou por meses, sem que PSD e PS se tivessem entendido.
E que o terá levado a dar nota à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, de que aceitaria ser reconduzido caso os grupos parlamentares PSD e PS propusessem conjuntamente a sua recandidatura.
Alfredo José de Sousa, que termina o mandato a 15 de julho, quis sobretudo com esta carta - da qual deu também conhecimento ao líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho - responder às críticas que lhe foram feitas pela vice-presidente da bancada social-democrata, Teresa Leal Coelho, a propósito de uma entrevista que deu à Antena 1. A deputada do PSD considerou, entre outras coisas, que o seu partido iria ponderar a posição a assumir sobre um segundo mandato do atual provedor de justiça.
"Respeito integralmente a opção política do PSD em recusar ao renovação do meu mandato", afirma o provedor. Que rejeita que tal versão "assente numa versão deturpada da comunicação social" a propósito da sua entrevista à Antena 1. Nela, afirma, "não proponho nem sugiro a demissão do Governo".
Alfredo José de Sousa diz que apenas se referiu à possibilidade da "haver quebra da coligação", por ação "do dr. Paulo Portas, e existirem "eleições antecipadas, que elas ocorressem em simultâneo com as autárquicas".
Acrescenta ainda que terminou a entrevista a manifestar a opinião que não acreditava que tal acontecesse até maio de 2014, com o termo do programa da troika.
"Puro exercício de direito à opinião que não sofre 'capitis deminutio' decorrente do cargo. É meu direito enquanto cidadão interessado, e meu dever enquanto Provedor de Justiça e membro do Conselho de Estado", escreve o provedor de Justiça.