Proteção Civil coloca em nível laranja todos os distritos à exceção de Bragança
A Proteção Civil colocou esta terça-feira em nível laranja todos os distritos de Portugal Continental, à exceção de Bragança, devido ao mau tempo, e voltou a pedir à população para restringir as deslocações.
"Face ao quadro meteorológico foi decidido, no Centro de Coordenação Operacional Nacional, elevar para o estado especial de nível laranja todos os distritos, com exceção de Bragança", disse o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes.
Num ponto de situação feito pela ANEPC, na sede nacional em Carnaxide, Oeiras, sobre o mau tempo que está a afetar o país, André Fernandes precisou que são 17 os distritos que vão passar a estar com nível laranja (o segundo mais grave de uma escala de quarto).
O comandante nacional avançou que, entre terça-feira e a madrugada de quarta-feira, vai continuar a precipitação forte, havendo condições favoráveis à ocorrência de trovoada, estando também previsto a ocorrência de fenómenos com "alguma complexidade ou fenómenos extremos de vento", bem como agitação marítima.
A Proteção Civil registou desde as 00:00 desta terça-feira 1.463 ocorrências, tendo a maioria ocorrido no distrito de Lisboa e estão relacionadas com inundações, quedas de árvores e deslizamentos de terras.
Num ponto de situação feito pelas 12:30, o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC),André Fernandes, deu conta que o distrito de Lisboa registou 848 ocorrências.
Segundo o comando nacional, outros distritos afetados pelo mau tempo são Santarém, Évora, Setúbal e Portalegre.
O responsável disse também que foram emitidos novos avisos à população e recomendações de autoproteção.
A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, esteve presente no 'briefing' operacional realizado na sede na ANEPC, em Carnaxide, com todos os agentes da proteção civil.
Os planos de cheias das bacias do Douro e do Tejo foram elevados para o nível amarelo, segundo a Proteção Civil, que alerta ainda para a possibilidade de cheias em vários outros rios e ribeiras do continente.
O comandante nacional, André Fernandes, salientou que, depois de ter sido acionado em Santarém o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, no nível amarelo, também na bacia do rio Douro foi acionado o plano de cheias para o nível amarelo.
Além destes dois rios, André Fernandes destacou que se mantém os alertas e os avisos já efetuados para diversas bacias hidrográficas devido às previsões de chuva forte e persistente durante a tarde, nomeadamente dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave e Vouga, no Norte, além das bacias do Mondego e do Liz, no Centro.
Também se mantém os avisos para a ribeira do Livramento, na bacia do Sado, no distrito de Setúbal, e para o rio Degebe, na bacia hidrográfica do Guadiana, em Évora.
Com o agravamento previsto da situação meteorológica, também as ribeiras do Algarve podem ser afetadas, disse.
Em relação ao Tejo, André Fernandes destacou preocupação com as ribeiras do Oeste e com o rio Sorraia.
Anteriormente, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém tinha anunciado que a Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém acionou o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, no nível amarelo, devido ao "aumento considerável dos níveis hidrométricos e caudais do rio Tejo, especialmente nos provenientes de Espanha".
O CDOS de Santarém referiu que, desde as 00:00 de hoje, os caudais estão acima dos 2.000 metros cúbicos por segundo (3.000 em Almourol), havendo risco "muito significativo" de galgamento das margens do Tejo.