Propuseram sexo pago a inspectores do SEF

Inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que se disfarçaram de clientes numa casa de alterne no Porto asseguraram hoje em tribunal que foram convidados a pagarem para terem sexo "à frente de tudo e todos".
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"Foi uma abordagem explícita", disse o inspector Hugo Monteiro.

Várias mulheres, entre as quais algumas imigrantes ilegais, entre 2007 e 2009, em orgias numa casa de alterne do Porto, fomentadas por uma ex-comerciante, começaram hoje a ser julgadas.

Hugo Monteiro, tal como outros colegas do SEF, admitiram perante um colectivo de juízes que não presenciaram qualquer acto sexual no espaço, mas um agente da PSP, citado no processo e que ainda não testemunhou, terá detectado uma situação em flagrante.

O que todos os agentes do SEF que actuaram sob disfarce confirmaram foi que lhes ofereceram sexo a troco de dinheiro e que o local proposto para tal era em "open space".

Nos seus testemunhos, os agentes do SEF disseram que, uma semana após o disfarce, voltaram ao estabelecimento, dessa feita já identificados como órgão de polícia criminal, encontrando então vários artigos relacionados com práticas sexuais, incluindo preservativos usados, que se encontravam debaixo de um sofá.

"A sensação que tenho é que estavam esquecidos", afirmou o inspector Rui Martins.

A ex-dona do bar de alterne, que também testemunhou, rejeitou a prática de prostituição no interior do estabelecimento. "Era impossível haver sexo lá dentro", disse, admitindo depois que havia espaços no interior da casa de alterne para os quais não teria visibilidade plena do local onde se encontrava habitualmente.

Apoiando-se neste detalhe, o seu advogado propôs mesmo que o tribunal fosse inspeccionar o estabelecimento, mas os juízes adiaram uma decisão para uma fase pós-produção da prova testemunhal.

A empresária está acusada por seis crimes de lenocínio, cinco deles agravados, e cinco crimes de auxílio à imigração ilegal.

Um seu ex-companheiro e coarguido no processo responde pela alegada prática de segurança ilegal, mas recusou a acusação, preferindo rotular a sua actividade como "zelador".

O julgamento prossegue dia 13 de Outubro, às 9:30.

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