Projecto de vela solar conta com participação portuguesa

A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, está a colaborar na investigação de uma vela solar para impulsionar objectos espaciais e de um elevador capaz de mover carga entre os astros e o espaço.
Publicado a
Atualizado a

Os cálculos passam pelas mãos de Anna Guerman, cientista e professora na instituição, e são apenas dois exemplos dos contributos que a UBI e outras universidades portuguesas estão a dar para futuras aventuras fora da Terra, destaca a investigadora.

Ana Guerman é a partir de hoje a primeira representante de Portugal na Academia Internacional de Astronáutica (ou IAA - International Academy of Astronautics), onde espera ajudar a divulgar a investigação nacional na área.

No caso, os estudos recheados de cálculos sobre uma nova vela solar estão ser feitos no âmbito de "uma colaboração embrionária, mas com muito potencial, com a Agência Espacial Alemã", referiu.

Tal como os barcos à vela aproveitam o vento para se moverem, os objectos espaciais podem navegar impulsionados pela força da luz em vez de motores a combustível.

A Ikaros, primeira sonda espacial impulsionada por uma vela solar, foi lançada pela Agência Espacial Japonesa (JAXA) a 20 de maio de 2010, mas outras velas estão a ser estudadas, como é o caso da alemã.

O objectivo é "pôr a natureza a trabalhar a nosso favor" e ter "propulsão de borla", o que Guerman classifica como crucial para "alterar uma órbita ou guiar uma missão, praticamente sem gastar recursos".

Poupar recursos é também um dos objectivos do projecto de um elevador espacial, "com um satélite que estará ligado à superfície de um planeta por cabos" o que permitiria reduzir drasticamente o custo de lançamentos para o espaço.

Anna Guerman duvida que seja possível construir tal ascensor na Terra, "pela dimensão da estrutura e os riscos que isso implica" para quem está à superfície do planeta, parecendo-lhe mais provável aplicar a ideia na Lua ou em asteróides.

O estudo está a ser feito por um cientista da Academia de Ciências da Rússia com o qual Anna Guerman colabora.

Não se trata de algo "que tenha que estar pronto amanhã", mas não estará nunca "se não fizermos hoje estes estudos".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt