Projeção mundial da 'Capital da onda' aumenta turismo em Peniche

As imagens e notícias da etapa de Peniche do campeonato mundial de surf, que percorrem o mundo desde 2009, estão a atrair todo o ano turismo e a impulsionar a economia local.
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"Há mais gente a vir a Peniche. Temos mais gente interessada em aprender surf e a alugar equipamentos" desde a primeira edição do mundial em 2009, disse à Lusa Ricardo Leopoldo, proprietário de uma escola e de um 'surf camp' (alojamento para surfistas) e presidente da Associação de Escolas e Surf Camps de Peniche.

Desde 2009, as escolas de surf aumentaram em cerca de 20 por cento os seus clientes. Os estrangeiros são provenientes da Europa central e do norte e estão a aparecer russos, polacos e eslovacos.

Graças a esse fluxo turístico, o Hotel Soleil Peniche, tem conseguido minimizar a crise. A ocupação hoteleira passou de 36.618 pessoas em 2009 para 37.191 em 2011.

"O tipo de turista está a mudar. Além do turismo familiar e sénior, passámos a ter muitos jovens, uma vez que a marca 'Peniche Capital da Onda' tem colocado Peniche na moda", explicou a diretora Ana Raquel Simões.

" semelhança de outros destinos nacionais, turistas de máquina fotográfica em punho começam a ser vistos ao longo do ano pela cidade.

"Há mais gente a dormir, a comer e a comprar em todo o comércio", sublinhou António Morais, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Peniche.

Surf camps e unidades hoteleiras são também unânimes em afirmar que a atração turística veio alargar a época alta de verão até finais de outubro. "Antes do mundial, o outubro fazia parte de uma época fraca e agora equipara-se a um junho, o que é muito vantajoso", explicou Ana Raquel Simões.

" procura, a economia local tem respondido com a criação de novas escolas de aprendizagem de surf e novos alojamentos, sobretudo hotéis e surf camps, direcionados para o turista jovem que vem surfar nas ondas das praias de Peniche.

"Há cinco anos tínhamos cerca de 15 escolas e surf camps e hoje temos o dobro", detalhou Ricardo Leopoldo. Os negócios empregam na época alta uma centena de pessoas.

O setor imobiliário tem também tirado partido desta situação. Com a restrição ao crédito bancário, os arrendamentos de casas têm atenuado a crise. "Muitos procuram casa para passar férias, mas há também um aumento da procura de habitação permanente", explicou Albertino Rico, agente imobiliário.

Um alojamento de um milhão de euros é um dos novos investimentos que está a ser erguido no Baleal. Outros edifícios residenciais têm sido recuperados. "Tem havido prémios do centro histórico da cidade a serem reconvertidos em hostels e isso tem muito importante para a reabilitação urbana", afirmou o presidente da câmara, António José Correia.

As oportunidades de negócio têm feito com que a indústria do surf se desenvolva em torno da abertura de espaços comerciais de venda de roupa e equipamento desportivos e de novas fábricas de produção de pranchas.

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