Programas da Inatel de regresso já em agosto

Programa de lazer para seniores arranca em setembro. Com o público-alvo já todo vacinado, as perspetivas da fundação são animadoras.
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A Fundação Inatel está a preparar o regresso à normalidade. Depois de um ano "terrível" como 2020, com quebras abruptas nas receitas e no número de hóspedes, a instituição tutelada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social admite que em agosto possa regressar a níveis muito próximos da pré-pandemia. O plano de vacinação e o nível de incidência da covid-19 dão esperança de uma retoma já este verão, que será consolidada em 2022, aponta Francisco Madelino, presidente da Inatel. O programa de turismo sénior Inatel 55+ arranca em setembro.

Segundo Francisco Madelino, a fundação está a relançar toda a oferta hoteleira e, dentro do atual contexto, as reservas "estão a atingir níveis bastante satisfatórios", com os programas termais e de turismo sustentável a registar "uma boa adesão". Em preparação, está o lançamento do Inatel 55+, destinado a pessoas com 55 anos ou mais, e que é dirigido preferencialmente a quem usufrua de baixos rendimentos ou esteja em risco de exclusão social. A programação desta oferta turística, com foco no cliente sénior e numa filosofia de discriminação positiva, foi deslizando no tempo devido à pandemia, mas, agora, a realidade do plano de vacinação oferece novas garantias. Como sublinha Francisco Madelino, "estes públicos estão todos vacinados e as incidências nas últimas semanas diminuíram imenso, assim como os internamentos", o que permite antever uma recuperação para uma situação próxima da pré-pandemia.

À semelhança do ano passado, a Inatel está a preparar a atividade hoteleira assegurando o cumprimento de todas as regras de segurança impostas pelas entidades reguladoras do turismo e saúde pública portuguesas. Francisco Madelino frisa que já no verão passado, quando a situação pandémica estava mais complicada, "foi reconhecida a capacidade e rigor da Inatel na saúde dos seus utentes". E faz questão de sublinhar o máximo rigor da instituição: "A segurança dentro dos hotéis Inatel é superior certamente às que decorrem da restante vida em sociedade".

A Inatel tem atualmente uma rede de 18 hotéis, distribuídos pelos segmentos praia, natureza e saúde, montanha e bem-estar, e três parques de campismo. O projeto hoteleiro de Porto Covo, no Alentejo, está na fase final de licenciamento, tendo o processo sofrido atrasos devido ao impacto da pandemia nas receitas da fundação.

Quebras históricas

A atividade da Inatel foi muito afetada pela crise pandémica. Como adianta Francisco Madelino, o ano de 2020 "foi terrível para a Fundação", tendo as receitas ficado nos 33,2 milhões de euros, uma quebra de 37% face aos 52,8 milhões registados em 2019. As vendas da atividade hoteleira sofreram um decréscimo de 53%, passando de uma faturação de 25 milhões em 2019 (375 mil hóspedes) para 11,7 milhões no último exercício (189 mil).

O presidente da Inatel realça que a instituição garante mais de 70% das suas receitas de exploração no mercado e o fecho de todas as atividades em espaço público (desporto, cultura e outras) e os hotéis "tiveram um efeito significativo, que obrigou a consumir reservas para investimentos, a reduzir as atividades e os apoios às duas mil associações que são nossos associados coletivos, a reduzir significativamente investimentos e outras despesas".

Ainda assim, sublinha, a Inatel enfrentou mais de um ano de pandemia e os períodos de confinamento sem recorrer ao regime de lay-off, e mantendo os rendimentos dos mais de 700 trabalhadores. O objetivo para este exercício é atingir o mesmo nível de receitas de 2019. O negócio turístico deverá ficar muito próximo da normalidade já este agosto, acredita, "e completamente em 2022".

A Inatel tem cerca de 180 mil sócios, que através da sua ligação à fundação usufruem de um conjunto de benefícios, como reduções até 20% nas tarifas hoteleiras, planos e seguros de saúde vantajosos, preços de combustíveis mais em conta, acesso gratuito a atividades desportivas e culturais, entre outros. A adesão implica o pagamento de uma taxa de inscrição de 10 euros e de uma quota anual de 20 euros. A instituição tem um património avaliado em mais de 120 milhões de euros.

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