Programa de turismo sénior do Inatel está quase esgotado

Hotéis da fundação registaram uma boa procura no verão, principalmente as unidades mais pequenas e situadas no interior do país.
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O Inatel 55+, programa turístico para pessoas com 55 anos ou mais, dirigido preferencialmente a quem usufrua de baixos rendimentos ou esteja em risco de exclusão social, está quase esgotado. Dos 3710 lugares disponíveis, a que correspondem 106 viagens, há apenas 44 vagas. O programa começa já a 20 de setembro e prolonga-se até 4 de dezembro.

"É um sinal de confiança que os participantes têm na Fundação Inatel", sublinha Francisco Madelino, presidente da instituição. Neste ano, a pandemia obrigou à introdução de medidas excecionais, como a redução da taxa de ocupação nas viagens, que passou a dois terços da capacidade do autocarro, formação aos assistentes e à equipa da Inatel, e a obtenção do selo de certificação Clean & Safe das unidades hoteleiras onde ficarão alojados os turistas seniores.

O programa, com o mote "Um país a descobrir", desenvolve-se ao longo de seis dias e cinco noites, em regime de alojamento e pensão completa. O preço da viagem depende do valor do rendimento bruto do participante, em linha com a filosofia do programa de integração sociocultural dos beneficiários, numa lógica de igualdade de oportunidades e promoção do lazer para todos. Como frisa o responsável, "o princípio geral é de inclusão", ou seja, os candidatos com maiores rendimentos pagam mais.

Com a pandemia, que travou muitas das intenções de férias dos portugueses, as unidades hoteleiras da Inatel registaram neste verão uma quebra global de 26% na taxa de ocupação dos quartos, números que não integram ainda setembro. No entanto, segundo Francisco Madelino, os hotéis mais pequenos e com localizações de interior registaram crescimentos até 7% face a 2019, sendo que em agosto houve sete unidades com ocupações superiores a 80% e duas a 90%. "Atendendo ao surto pandémico, consideramos que o verão correu bem", diz.

Esta iniciativa iniciou-se em 2018, num contexto de forte envelhecimento da população portuguesa e do aumento da esperança de vida, "em que assumem importância fulcral as políticas que promovem a transição entre vida ativa e a reforma", realça Francisco Madelino.

Ainda assim, em termos de receitas, a covid-19 vai deixar mazelas no exercício. O volume de vendas da área hoteleira deverá ficar neste ano pelos 11 milhões de euros, uma quebra bastante acentuada face aos 15,7 milhões registados em 2019.

No setor das viagens, que vinha a registar sucessivos crescimentos, as previsões apontam para um decréscimo de 70% a 80% na faturação, quando em 2019 atingiu os 11 milhões de euros e contabilizou a organização de 329 viagens. Nesta área, a Inatel tem um leque diversificado de oferta, entre viagens nacionais (turismo de natureza, circuitos temáticos, ilhas, turismo religioso) e internacionais (circuitos europeus, Espanha, grandes viagens para fora da Europa e cruzeiros).

A Fundação Inatel explora 17 unidades hoteleiras no país, incluindo ilhas, dois centros termais e três parques de campismo. Trabalham na instituição 1015 pessoas. Nesta atividade, a fundação tem em curso um investimento na construção de um hotel de três estrelas em Porto Covo, Alentejo, com cerca de cem quartos.

A instituição, cujo ADN reside no desenvolvimento de um turismo social, para todos, sustentável e solidário, conta atualmente com cerca de 250 mil associados individuais e 3500 coletivos. Para ser sócio e beneficiar de vantagens, como desconto em 20% nos hotéis, planos e seguros de saúde, combustíveis mais baratos, entre outros, é necessário o pagamento de uma taxa de inscrição de dez euros e de uma quota anual no valor de 20 euros.

Sónia Santos Pereira é jornalista do Dinheiro Vivo

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