Programa brasileiro 'Mais Médicos' regista 3.000 inscrições em três horas

O Ministério da Saúde brasileiro informou hoje ter recebido mais de 3.000 inscrições, em apenas três horas, de médicos interessados em participar no programa 'Mais Médicos', antes garantido por clínicos de Cuba.
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No site oficial da pasta da Saúde, pode ler-se ainda que a plataforma oficial de inscrições para o programa recebeu mais de um milhão de acessos simultâneos no momento da abertura do sistema, "um volume característico de ataques cibernéticos", afirmou o Ministério.

O número de acessos corresponde a mais do dobro do número de médicos no ativo naquele país sul-americano, e fez o sistema colapsar. No momento, é impossível aceder à página do 'Mais Médicos'.

Em comunicado, o ministério acrescentou que o departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), em conjunto com a Embratel (empresa brasileira de telecomunicações), está a "isolar a aplicação dos ataques que se mantiveram ao longo da manhã para tentar garantir a inscrição de interessados".

O ministro brasileiro da Saúde, Gilberto Occhi, disse na passada segunda-feira que iriam ser disponibilizadas 8.517 vagas para o programa 'Mais Médicos', em 2.824 municípios do país, que eram anteriormente ocupadas por médicos da cooperação com Cuba.

As inscrições começaram hoje e prolongam-se até ao dia 25 de novembro para os médicos brasileiros inscritos no conselho regional de medicina ou com diploma revalidado no país. O início das atividades está previsto para 03 de dezembro, anunciou o Governo brasileiro em comunicado.

Esta foi a medida de emergência adotada pelo Governo brasileiro para garantir a assistência em locais que contam com profissionais de Cuba, após o comunicado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), no qual o Governo cubano informou o encerramento da cooperação no programa 'Mais Médicos'.

O Governo de Cuba anunciou, no passado dia 14 de novembro, o fim da participação no programa "Mais Médicos", devido às "declarações ameaçadoras" de Bolsonaro, relacionadas com modificações ao projeto governamental, que Havana considerou "inaceitáveis", e com o condicionamento da aprovação em testes de competência, assim como do pagamento dos salários.

O programa "Mais Médicos" foi criado em 2013 pela então Presidente brasileira Dilma Rousseff e permitiu a milhares de médicos cubanos a prestação de cuidados às populações das áreas rurais do Brasil

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