Programa aposta em valorizar o país mais rural
A valorização das aldeias viradas para o mar e das localidades com histórias e tradições, é o principal objetivo das 7 Maravilhas de Portugal. O turismo surge depois, como consequência dessa promoção, entende Carlos Teles, presidente da Câmara Municipal da Calheta - município que integra Fajã dos Cubres, uma das aldeias finalistas na categoria de Aldeias de Mar.
À semelhança da aldeia de Fajã dos Cubres (ilha de São Jorge, Açores) também Azenhas do Mar (Sintra) se sagrou finalista do concurso na mesma categoria, após ter sido anfitriã da terceira gala que decorreu no passado domingo. Estas aldeias juntam-se às já finalistas Dornes (Ferreira do Zêzere) e Santa Clara-a-Velha (Odemira) na categoria de Aldeias Ribeirinhas, e às aldeias rurais de Paderne (Albufeira) e Sistelo (Arcos de Valdevez).
Apesar da Fajã dos Cubres já ser uma zona turística, Carlos Teles refere que "toda a visibilidade que há em torno do programa pode levar mais pessoas a visitar a região nos próximos tempos". Mas a maior preocupação do autarca é a forma como o local é apresentado. "Nós temos uma responsabilidade que tem que ver com a preservação e com a capacidade que nós temos de receber as pessoas", sublinhou em declarações ao DN acrescentando que "como a Fajã dos Cubres está muito próxima do mar, temos de saber enaltecer este território e cuidá-lo, quer para os residentes quer para quem nos visita".
"Esta iniciativa dá a conhecer um mundo menos industrializado e citadino. Um Portugal mais real, mais romano, em que persistem algumas tradições, em que é possível degustar os produtos que saem da terra ou do mar", refere o autarca. Acrescenta que "mais do que encontrar um vencedor, o que interessa é divulgar o país menos urbano que tem características únicas: a tranquilidade, o sossego, o bem-estar, o ar puro e o cheiro do mar".
As duas aldeias finalistas distinguem-se pelos seus traços únicos. Azenhas do Mar é uma aldeia construída sobre os socalcos da arriba junto ao mar, com uma piscina oceânica formada na baía que atrai visitantes. A Fajã dos Cubres já foi outrora uma pequena povoação destruída pelo terramoto de 1757 que assolou a ilha de São Jorge. Hoje Fajã dos Cubres é uma das principais atrações da ilha pelo seu sistema lagunar único e paisagem e fauna classificadas.
No domingo conhecem-se as duas aldeias remotas que passam para a final, numa gala que vai decorrer em Branda da Aveleira (Melgaço). A concurso estão as aldeias de Branda da Aveleira, Castro Laboreiro (Melgaço), Aldeia da Pena (São Pedro do Sul), Gondramaz (Miranda do Corvo), Piódão (Arganil), Curral das Freiras (Madeira) e Fajã de São João (Açores).