Professora com cancro chamada para trabalhar com tratamento em curso
Marta Simões, uma professora de ciências de 49 anos residente em Braga, foi chamada para regressar ao trabalho ontem, apesar de estar em plena fase de tratamento a um cancro da mama no IPO do Porto.
Doente há três anos, Marta já ultrapassou um cancro na vesícula e na glândula suprarrenal, enfrentando atualmente um cancro da mama. Segundo o Correio da Manhã, os tratamentos têm obrigada a colocar baixas sucessivas nos últimos três anos, mas este é o limite legal para permanecer de baixa.
Depois de ir a uma junta médica em dezembro, a professora recebeu uma resposta da Caixa Geral de Aposentações, a rejeitar a pretensão de alargar a baixa por mais tempo. "A utente não está absoluta e permanentemente incapaz para o exercício das suas funções". Mas Marta Simões discorda dessa conclusão: "Sinto-me de rastos, física e psicologicamente. Só quem passa por isto sabe como é violento", disse ao mesmo jornal.
Ontem era o dia de regresso à Escola EB 2,3 de Caldas das Taipas, em Guimarães, mas a direção da escola ter-lhe-á comunicado que a decisão tinha sido suspensa, apesar de ter havido ordens em contrário, revela o JN na edição de hoje. A Direção Regional de Educação do Norte (DREN) também estará a estudar mecanismos legais para contornar a necessidade de a professora regressar, avança o mesmo jornal, acrescentando que irá remeter para os serviços toda a informação sobre as suas patologias, de forma a comprovar que está incapaz para trabalhar.
O DN contactou ontem o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, mas não teve resposta até ao momento.