Proença de Carvalho disponível para continuar na PT Multimedia

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Daniel Proença de Carvalho assumiu ontem o cargo de presidente do conselho de administração da PT Multimedia, estando disponível para se manter na empresa após o processo de separação (spin-off) face à PT, admitiu o advogado em declarações ao DN. A partir de "Setembro ou Outubro", a PTM será uma empresa totalmente independente da PT, sem elementos comuns nas administrações das duas empresas, garantiu o novo chairman.

Até Setembro serão separadas algumas estruturas e, em alguns casos, criadas novas, nas áreas até agora partilhadas pelas duas empresas: redes, call center, sistemas de informação, PT Pro e recursos humanos.

À saída da assembleia geral de accionistas da PTM, Proença de Carvalho sublinhou que não teria aceite o cargo se não fosse para garantir a independência da empresa detentora da TV Cabo. O responsável adiantou que uma vez definida a nova estrutura accionista na PTM, a composição do novo conselho de administração será votada em assembleia geral.

Questionado sobre os accionistas comuns na PT e na PTM (o que não garantiria uma verdadeira independência), o novo chairman frisou que "o mercado está aberto e a própria composição pode mudar ao longo do tempo". Além disso, "as estruturas accionistas comuns acontecem na generalidade das empresas".

Também Henrique Granadeiro, presidente da PT (que renunciou ao cargo de chairman da PTM), desvalorizou a questão dos accionistas comuns. Granadeiro sustentou que o exemplo de Joe Berardo, que esta semana vendeu mais de cinco milhões de acções da PT, ilustra bem a mobilidade dos accionistas das empresas, consoante as suas regras e objectivos. "Nas sociedades abertas e cotadas em bolsa entram e saem accionistas ", disse o presidente da PT, acrescentando que é por isso que a existência de accionistas comuns nas duas empresas é uma falsa questão", que não põe em causa a autonomia da PTM.

Na AG realizada ontem, onde esteve representado 88% do capital, foram aprovados todos os pontos da agenda, com mais de 90% dos votos. Alguns dos pontos eram obrigatórios (devido ao novo Código das Sociedades Comerciais), enquanto outros foram propostos "voluntariamente", sublinhou Henrique Granadeiro. Entre estes últimos, esteve o aumento do limite dos direitos de voto, de 5% para 10%, de cada accionista. Segundo o presidente da PT, esta medida destina-se a garantir "a igualdade de tratamento" entre os antigos e os novos accionistas da PTM. Se a blindagem dos estatutos se mantivesse nos 5%, "haveria muitos accionistas que receberiam direitos económicos mas não direitos a votos", frisou.

De acordo com analistas de mercado contactados pela Lusa, esta medida significa que na definição do futuro da empresa é agora mais fácil reunir o capital necessário para bloquear ou deixar passar decisões. É reforçado em termos relativos o poder dos accionistas com mais peso.

Outro dado relevante é que a Telefónica pode, se assim o entender, aumentar a participação até 10%, já que foi também aprovada a proposta de permitir que empresas do mesmo sector (concorrentes) possam ter 10% na PTM, em vez dos 5% até agora definidos como limite. |

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