Probos investe um milhão na expansão no Brasil

Grupo de Vila do Conde está a alargar os negócios no Brasil. Mas a construção de uma unidade na Índia é hipótese em estudo.
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O grupo Probos, sediado em Vila do Conde e que se dedica à produção e comercialização de orlas plásticas para a indústria do mobiliário, está a investir um milhão de euros na expansão da sua fábrica no Brasil. Depois da recente abertura de um centro de distribuição na Alemanha, a empresa estuda agora o mercado indiano.

Líder de mercado no Brasil e na Península Ibérica, a Probos está entre os cinco maiores produtores mundiais de orlas plásticas, um material usado para revestir os bordos dos produtos fabricados com painéis de madeira aglomerada ou MDF, evitando que a madeira lasque ou que o miolo do aglomerado fique visível.

Ao todo, o grupo emprega cerca de 300 pessoas, das quais 61 no Brasil, 16 no Reino Unido, onde tem um centro de distribuição, e três na Alemanha. No ano passado, facturou 34 milhões de euros e o objectivo para este ano é atingir os 40 milhões, recuperando o valor de 2008.

"Devemos conseguir atingi-los. O primeiro trimestre revelou-se muito bom, ao contrário de 2009, cuja primeira metade do ano foi dramática. Perdemos volume em 2009 mesmo tendo em alguns casos conquistado quota de mercado", explica Conceição Gomes, presidente executiva da Probos.

Além da fábrica e da sede em Mindelo, Vila do Conde, a Probos tem uma unidade produtiva em Curitiba, no estado do Paraná, designada Proadec Brasil. É aqui que está em curso o investimento para, a partir do último trimestre do ano, ser possível localmente proceder à impressão das orlas que permite dar-lhes o aspecto de imitação de madeira.

"É um produto de maior valor acrescentado, que requer maior conhecimento técnico, maior especialização e, por isso, foram admitidos dois operadores que vêm para Portugal em Maio para ter formação durante três meses e só depois disso estaremos em condições de arrancar com a produção", refere a gestora.

O Brasil contribui com 30% para o volume de negócios consolidado do grupo, uma tendência que deverá cimentar-se. "Prevemos crescer 25% este ano. O Brasil está em franco crescimento, a economia brasileira está animada pelo menos até 2016, com o Mundial de futebol e os Jogos Olímpicos. Estão a passar da orla em papel para a orla de termoplásticas, que é o passo natural fruto do desenvolvimento do país. E nós temos a vantagem, face aos nossos concorrentes, de falarmos a mesma língua", refere Conceição Gomes.

Construir mais fábricas no Brasil não está no horizonte da Probos, até porque espaço para expandir a actual não falta. "Começamos por nos instalarmos em espaços arrendados e há três anos comprámos um terreno de 17 mil metros quadrados onde fizemos a fábrica com 4500 m2. Temos espaço para a duplicar se for necessário", diz.

Em contrapartida, o mercado indiano é uma hipótese em estudo. "A Índia parece-nos um mercado em grande crescimento, que será, no futuro, um grande consumidor do nosso tipo de produto. Já vendemos para lá, através de um distribuidor, e estamos numa fase incipiente de estudar o mercado e decidir se seguimos os passos que demos no Brasil, em que primeiro mandámos o produto só para ser cortado lá, depois passámos à fase de extrusão localmente e, por fim, à impressão. Ou se teremos de avançar logo com uma unidade de produção. Se investimos com um parceiro local ou não. Não estou em condições de responder a nada disto porque são as questões que estamos a ver. Esperamos ter o estudo concluído até ao fim do ano", explica a responsável do grupo Probos.

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