Primeiro-ministro russo admite que país enfrentou um "desafio" à estabilidade interna

Após a rebelião do grupo Wagner, liderado por Prigozhin, o primeiro-ministro russo afirmou que é preciso "manter a união de todas as forças em torno" do presidente Putin.
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No primeiro discurso aos membros do governo após a rebelião de sábado do grupo Wagner, liderado por Yevgeny Prigozhin, o primeiro-ministro russo admitiu que o país enfrentou um "desafio" à estabilidade interna.

A Rússia "enfrentou um desafio óbvio, foi feita uma tentativa de desestabilizar a situação interna" no país, disse esta segunda-feira Mikhail Mishustin, citado pela CNN International, numa reunião com os seus ministros, feita por videoconferência.

O primeiro-ministro russo elogiou a rápida resposta dos membros do governo face à rebelião do grupo Wagner, que acabou horas depois do seu início quando foi anunciado um acordo que envolve a partida de Prigozhin para a Bielorrússia.

​​​​​"Sob a liderança do presidente, agiram com clareza, de forma coordenada, e mantiveram a estabilidade da situação a todos os níveis, de forma a evitar o agravamento da situação e proteger os cidadãos de todas as possíveis ameaças que podiam surgir", disse ainda o chefe do governo russo.

Para Mishustin, é preciso "manter a união de todas as forças em torno" do presidente Putin e "tomar decisões conjuntas para a implementação efetiva das tarefas definidas pelo chefe de Estado", considerou.

No seu discurso, escreve ainda a CNN International, o primeiro-ministro acusou os países ocidentais de quererem minar a capacidade da Rússia de seguir seu "próprio caminho".

"Hoje, a Rússia está a atravessar um período importante da sua história. Como observou o presidente, praticamente toda a máquina militar, económica e de informação do Ocidente está virada contra nós. De facto, há uma luta pelo direito de escolher o próprio caminho, com base nos interesses nacionais em benefício do povo", referiu o chefe do Governo.

As unidades do grupo Wagner, recorde-se, avançaram no sábado em direção a Moscovo, mas a rebelião foi travada, tendo sido anunciada pelo Kremlin um acordo, no qual terá ficado definido que Prigozhin iria ficar na Bielorrússia.

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