Primeiro-ministro de Israel enfrenta acusações de corrupção
O procurador-geral de Israel pretende acusar formalmente o primeiro-ministro israelita de corrupção. Segundo a BBC, Avichai Mandelblit afirmou que Benjamin Netanyahu deverá enfrentar acusações de suborno, fraude e quebra de confiança em três investigações que se encontram em curso. Uma decisão que pode ter um impacto significativo nas eleições gerais marcadas para o dia 9 de abril.
De acordo com a BBC, o primeiro-ministro terá recebido presentes de empresários ricos e distribuído favores para tentar obter uma cobertura mediática mais favorável.
Benjamin Netanyahu nega as acusações que de é alvo, e diz que é vítima de uma "caça às bruxas" por parte da esquerda, que pretende que seja derrubado antes das eleições antecipadas para o dia 9 de abril.
O primeiro-ministro, que se encontra à procura de um quinto mandato, será ouvido pelo órgão superior do Ministério Público israelita, numa audiência que só deverá acontecer após as eleições.
Segundo o Jeruzalem Post, Benjamin Netanyahu será acusado de suborno, fraude e quebra de confiança no Caso 4000, de quebra de confiança no Caso 1000, e de fraude e quebra de confiança no Caso 2000.
Ao ser acusado formalmente, o partido do primeiro-ministro, Likud, que se encontra próximo do partido de Benny Gantz nas sondagens, pode ficar numa posição delicada. A 40 dias antes das legislativas, a decisão de Mandelblit pode alterar a situação eleitoral e ameaçar Netanyahu, que se encontra no poder há 13 anos.
Em dezembro, a polícia israelita já tinha anunciado ter recomendado que o primeiro-ministro de Israel e a sua esposa, Sara, fossem acusados de fraude e corrupção.
No Caso 4000, Netanyahu é suspeito de tentar obter uma cobertura favorável do site de notícias Walla em troca de favores do Governo. Estas terão feito com que a empresa Bezeq, o principal grupo de telecomunicações de Israel e proprietário da Walla, ganhasse milhões de dólares.
Já no Caso 1000, o primeiro-ministro é suspeito de receber um milhão de shekels (cerca de 252 mil euros) em bens como charutos de luxo, garrafas de champanhe e joias de pessoas ricas, entre as quais o produtor de Hollywood israelita Arnon Milchan, em troca de favores.
Por último, no Caso 2000, Benjamin Netanyahu é acusado de ter tentado chegar a um acordo com o dono da Yediot Aharonot para conseguir uma cobertura noticiosa mais favorável do seu Governo no jornal israelita. Além de uma entrevista que o favorecesse, o acordo previa uma alteração na cobertura das eleições.
Se as acusações vierem a confirmar-se, é a primeira vez na história de Israel que o um procurador-geral acusa criminalmente um primeiro-ministro em funções.
Em comunicado, citado pela Haaretz, o partido Likud negou as acusações, criticando a decisão, que classificou de "perseguição política".
Mesmo sendo acusado formalmente, o primeiro-ministro não é obrigado a demitir-se, de acordo com a lei israelita.
"Bibi", como é também conhecido, é, segundo as sondagens, o mais bem colocado para formar uma coligação governamental após as legislativas antecipadas, mas analistas consideram que a pressão política devido aos processos judiciais poderá ser muito forte e obrigar qualquer nova coligação a refletir sobre se o mantém ou não como líder.