Primeira titularização de crédito vencido vai ser lançada em Março

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A primeira operação de titularização de crédito vencido em Portugal vai ser lançada em Março, no valor de 150 milhões de euros, composta por malparados adquiridos a vários bancos portugueses.

Uma das empresas por detrás desta operação é a Domusvenda, especialista no negócio de compra de Non Performing Loans (NPL), ou seja, créditos vencidos. Esta empresa é responsável pelo servicing de toda esta operação, preparando-a e montando-a em conjunto com o Credit Suisse e sujeita a auditoria por parte da Fitch e da Standard & Poor's.

Como explicou ontem, em conferência de imprensa, o fundador e presidente executivo da Domusvenda, João Costa Reis, esta titularização destina-se ao mercado internacional, especialmente a fundos estrangeiros.

Mas não é só neste segmento da titularização de crédito vencido que a Domusvenda tem uma actuação inovadora no mercado português. Em 2004, esta empresa iniciou em Portugal o negócio da compra de créditos vencidos (NPL), depois de em 1997 ter iniciado contactos com o mercado internacional nesta matéria. Em Fevereiro de 2004, a Domusvenda compra a primeira carteira de crédito vencido ao BES e de então para cá seguiram-se outras aquisições aos BCP, BPN, Banif, Cofidis, BPI, Santander Totta e Popular. Actualmente, conta apenas com a concorrência de uma outra empresa, a Atlantis, na disputa de um mercado potencial avaliado em cerca de três mil milhões de euros, o total de crédito vencido existente em Portugal, 1,6% do total concedido.

A Domusvenda tem actualmente em carteira 970 milhões de crédito vencido, relativo a empréstimos à habitação, ao consumo e a empresas. São mais de 41 mil contratos, para um número total de devedores/fiadores/avalistas. Um quinto desta carteira é da própria Domusvenda, enquanto o restante é comprado em conjunto com parceiros internacionais no negócio, nomeadamente a Goldman Sachs, o Bank of America e o Crédit Suisse Internacional.

A Domusvenda está a analisar a sua expansão para Espanha e Brasil, comprando de plataformas locais.

Quanto às recuperações do crédito adquirido aos bancos, João Costa Reis explicou que cerca de um terço é resolvido com recurso à negociação, que ocorre nos primeiros dois anos. Nos empréstimos à habitação, as recuperações são mais elevadas, uma vez que existe uma garantia real, o imóvel. No crédito ao consumo, só 10 a 20% da carteira é recuperada.

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